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Quinta-feira, 04 de julho de 2024

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Beija-flores, a natureza e a agricultura

Aves exclusivas das Américas, os beija-flores exercem importante papel como polinizadores

Foto: Reprodução - Ilustração

Aves exclusivas das Américas, os beija-flores exercem importante papel como polinizadores
Quando um beija-flor aparece no seu jardim, logo advém uma sensação de paz, harmonia e bem estar. É isso que essas aves encantadoras causam no ser humano. Parece que fazemos parte dessa liberdade e leveza. As suas acrobacias, malabarismos e danças lembram uma criança correndo descalça na floresta, sem medos. As suas cores remetem a jóias raras, num desfilar de cores. Um jardim com flores e cores tem certamente beija-flores.


Além desse encanto e fascínio que eles exercem nas pessoas, têm também tem sua importância e – por quê não? – utilidade, como polinizadores de plantas. Para se ter flores, frutos e sementes, precisamos ter o côncavo e o convexo, o macho e a fêmea, beija-flor e a flor, em uma troca bonita e sem vantagens para uma parte só. O beija-flor leva o néctar, o mel e, em troca, fertiliza a planta. Todos ganham e a Mãe Natureza sorri.

Para quem não sabe, a polinização é a transferência do pólen das anteras de uma flor masculina para o estigma de flores femininas, resultando na produção de sementes. Ela é muito importante para a agricultura e a biodiversidade. A redução das populações de polinizadores – o que inclui abelhas, morcegos, besouros e borboletas, entre outros, além dos pássaros – pode acarretar grandes perdas econômicas, com a diminuição da produção e da qualidade de, especialmente, vegetais e frutas.

Segundo o agrônomo e ecologista brasileiro Augusto Ruschi (1915-1986), autor de Beija-Flores do Brasil, a polinização efetuada pelos beija-flores pode ocorrer com a interferência do bico, da língua, da fronte, da nuca, das asas, do peito, do abdômen e da cauda. Conhecido como o “cientista dos beija-flores”, Ruschi chegou a descrever cinco espécies e onze subespécies do pássaro.

Além disso, o beija-flor não se alimenta só de néctar, mas também de pequenos insetos. Dessa forma, ele também é importante no controle dos transmissores da febre amarela, malária e – quem sabe? – do mosquito transmissor da dengue.

Por essas razões, projetos urbanos pelo Brasil afora deviam levar em conta esses fatores e valorizar o plantio de árvores para atrair os pássaros, fornecer sombrar e embelezar as nossas cidades.

(*) Ademir Carosia, paisagista e ambientalista, foi Secretário do Meio Ambiente de Arceburgo (MG) de 2005 a 2012. Nesse período, implantou o Projeto Jardim dos Beija-Flores, que consistiu no plantio de 2 mil plantas, de 71 espécies, em 50 pontos estratégicos do município (praças, escolas, trevos, mata ciliares, entre outros), com o objetivo de fornecer néctar para os beija-flores da região, importante produtora de café. Ele mantem um blog com informações sobre seu trabalho.

Para saber mais sobre os pequeninos acesse o site Beija-flores pelas américas.
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