Palmeira dos Índios, no agreste de Alagoas, é o município com o maior número de casos fatais por diarreia aguda. De janeiro à julho deste ano 11 mortes foram registradas e cerca de 12% da população, 8,5 mil pessoas, tiveram os sintomas da doença. Mais da metade dos casos ocorreram no campo.

O povoado Algodãozinho foi um dos que registraram o maior número de casos de diarreia na zona rural de Palmeira dos Índios: 327 até agora, segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde.

A desidratação é a principal complicação dos pacientes. Os mais afetados são as crianças e os idosos. A população indígena também foi atingida, 250 índios tiveram diarreia nas oito aldeias do município.

A Secretaria Estadual de Saúde suspeita que a contaminação da água consumida pela população seja o principal agente transmissor, por isso, as equipes da vigilância sanitária do município estão percorrendo os povoados e distribuindo hipoclorito de sódio, que serve para fazer o tratamento da água para o consumo humano. Eles aplicam ainda cloro nos reservatórios que servem para armazenar água da chuva.

Na casa de uma moradora da zona rural, o pedaço de madeirite utilizado para cobrir o reservatório de água estava sujo com fezes de insetos e roedores. Ela foi orientada a ter mais cuidado com o armazenamento da água.

A coordenadora de vigilância em saúde do município, Rebeca de Oliveira, admite os problemas.

A Secretaria da Saúde de Alagoas informa que está monitorando diariamente a situação, mas também admite que há falhas no saneamento básico do município. Outro fator que pode ter contribuído para a contaminação da água, segundo Sandra Canuto, é a forte seca que atingiu a região.

A Companhia de Saneamento e Abastecimento de Alagoas informa que vai aumentar a dosagem de cloro nas estações de tratamento. Está prevista também a ampliação da coleta de água para análise com o objetivo de identificar a origem da contaminação.