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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Jurídico

Justiça condena dois acusados pela chacina de Felisburgo, em MG

O fazendeiro Adriano Chafick foi condenado a 115 anos de prisão. Ele foi considerado o mandante da morte de cinco pessoas do Movimento dos Sem Terra em Minas Gerais, em 2004. O crime ficou conhecido como o massacre de Felisburgo. O julgamento só terminou durante a madrugada da sexta-feira (11), em Belo Horizonte.


Integrantes do MST fizeram protesto na porta do fórum pedindo que o júri não fosse adiado pela quarta vez. Adriano Chafick, dono da fazenda onde ocorreram os crimes, e Washington da Silva, gerente da propriedade, respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, incêndio e formação de quadrilha.

O crime aconteceu em 2004. Integrantes do MST montaram um acampamento em uma propriedade rural em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha. De acordo com o Ministério Público, a ocupação se deu quando eles souberam que as terras eram públicas.

O dono da fazenda Adriano Chafick não conseguiu a reintegração de posse e o assentamento foi mantido. Inconformado, ele teria ordenado o ataque ao acampamento e participado do crime. Cinco pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas. A Promotoria também relata que os acusados ainda queimaram o acampamento.

Uma testemunha de defesa e outra de acusação foram ouvidas. Adriano Chafik foi interrogado por cerca de duas horas. Ele admitiu que foi armado ao local dos crimes, mas que só teria atirado para se defender de golpes de foice dados por um morador do acampamento.

“Nós temos provas de mortes, mas afirmação de que houve crime, isso é uma conclusão do Ministério Público. Porque quem age em legítima defesa, não pratica crime”, diz Sérgio Habib, advogado de defesa.

“Tem notas fiscais de um mês antes, que inclusive eu mostrei pra ele, de compra de um arsenal bélico pesado pra fazer esse massacre”, diz Cristiano Gomes, promotor de Justiça.

O gerente da fazenda Washington da Silva começou a ser interrogado pelo juiz após o intervalo para o almoço. Ele disse que foi levado ao local da chacina a convite de Adriano Chafick, que estaria acompanhado por outros dois homens e que fugiu a pé assim que houve o confronto.

Antes de iniciar o interrogatório, o promotor de Justiça informou ao acusado que a pena poderia ser reduzida caso ele optasse pela confissão dos crimes. O réu não aceitou e ainda voltou atrás em declarações dadas à polícia que incriminavam Adriano Chafick.

O gerente da fazenda Washington da Silva foi condenado a 97 anos de prisão. Mesmo condenados, ele e Adriano Chafick saíram do Tribunal do Júri em liberdade. Os dois tinham um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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