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Sábado, 20 de julho de 2024

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Na ONU, Dilma diz que Brasil não tem 'problemas estruturais graves'

Em seu discurso na sessão de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff admitiu aos líderes mundiais que o Brasil passa, atualmente, por um momento de dificuldades econômicas, com aumento da inflação, desvalorização cambial e recessão. Ela, no entanto, ressaltou que, apesar da crise, o país não vive "problemas estruturais graves", e sim dificuldades pontuais.


Após destacar que nos últimos seis anos o Brasil adotou medidas para reduzir os efeitos da crise econômica internacional e que essas ações chegaram “ao limite”, Dilma frisou que o objetivo do governo é gerar mais oportunidades de investimentos, ampliando a geração de empregos no país.

Ao longo de cerca de 20 minutos de discurso, a presidente também declarou que a economia do país é “mais forte e sólida” do que em anos anteriores. Na avaliação de Dilma, o Brasil tem condições de superar as dificuldades e “avançar na trilha do crescimento”. Como em outros discursos, a petista voltou a afirmar que o momento é de transição para o “novo ciclo de desenvolvimento econômico”.

“Esperamos que o controle da inflação e a retomada do crescimento e do crédito contribuirão para a recuperação do nosso país. Essas são as bases para o novo ciclo de crescimento e desenvolvimento baseado no aumento da produtividade e na geração de mais oportunidades de investimentos para manter e ampliar o emprego para os cidadãos”, disse.

Em meio ao discurso, a chefe do Executivo também destacou as políticas sociais e de transferência de renda adotadas nos últimos anos pelo governo brasileiro. Segundo ela, a “eficácia” do programa Fome Zero pode ser vista na retirada do Brasil do chamado mapa da fome, um dos itens dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Em meio ao ajuste fiscal proposto pelo governo – conjunto de medidas para reduzir gastos e aumentar a arrecadação –, Dilma citou na ONU os “cortes drásticos” das despesas e afirmou que o país deverá se reorganizar na economia, buscando a estabilidade macroeconômica e a retomada do crescimento com distribuição de renda.

“Propusemos cortes drásticos de despesas e redefinimos nossas receitas. Essas iniciativa visam a reorganizar o quadro fiscal, reduzir a inflação, consolidar a estabilidade macroeconômica e garantir a retomada do crescimento com distribuição de renda”, afirmou.

Corrupção

Dilma também abordou, em meio ao discurso, o tema da corrupção. A presidente afirmou que, graças ao “vigor de suas instituições”, o Estado brasileiro tem atuado de forma “firme e imparcial”, por meio dos órgãos responsáveis por fiscalizar, investigar e punir desvios e crimes. Ela destacou que, no Brasil, o governo e a sociedade não toleram a corrupção.

“Queremos um país em que as leis sejam o limite. Muitos de nós lutamos por isso quando as leis e os direitos foram vilipendiados durante a ditadura. Queremos um país em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos, além de juízes que julguem com liberdade e imparcialidade, sem pressões de qualquer natureza, desligados de paixões político-partidárias”, declarou.

Dilma também dedicou parte do discurso à defesa da democracia no Brasil. Em um dos trechos, ela citou frase do ex-presidente do Uruguai José Mujica na qual ele disse que que a democracia não é perfeita, mas é preciso defendê-la para melhorá-la.

Aos líderes mundiais, a presidente foi enfática ao dizer que o Brasil “continuará trabalhando” pelo caminho democrático e não “abrirá mão” das conquistas pelas quais “tanto lutamos”.

“Queremos um país em que o confronto de ideias se ambiente de civilidade e respeito. Queremos um país em que a liberdade de imprensa seja fundamento dos direitos de opinião e manifestação”, declarou.

Refugiados

A presidente da República também usou seu discurso na Assembleia Geral da ONU para comentar sobre a crise de imigração que o mundo vive atualmente (assista ao vídeo acima). Na avaliação de Dilma, é um "absurdo imperdir o livre trânsito de pessoas". Ela se referia a situação de refugiados que tentam chegar a países da Europa.

Nas últimas semanas, a Europa tem recebido milhares de imigrantes ilegais saídos de países em conflito na África e Oriente Médio. A emigração em massa vem gerando acirramento da repressão nas fronteiras europeias e acidentes envolvendo imigrantes que se arriscam para chegar a um novo país.

"Em um mundo onde circulam livremente mercadorias, capitais, informações e ideias, é absurdo impedir o livre trânsito de pessoas", disse a presidente.

Dilma voltou a declarar, a exemplo do que fez em discursos em reuniões na ONU no fim de semana, que o Brasil está aberto para receber imigrantes.

"O Brasil é um país de acolhimento, um país formado por refugiados. Recebemos sírios, haitianos, homens e mulhers de todo mundo. Assim como abrigamos há mais de um século europeus, árabes e asiáticos, estamos abertos e de braços abertos para receber refugiados. Somos um país multiétnico", afirmou a presidente, que foi aplaudida em seguida.
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