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Sábado, 20 de julho de 2024

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Presidente da CNA defende acordo comercial entre Mercosul e União Europeia

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu nesta quinta-feira (4/7), em Brasília, a conclusão das negociações envolvendo um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. “Nós não podemos perder essa oportunidade”, afirmou ela durante audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, na qual foi ouvido o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, sobre acordos comerciais. “É a hora e a vez do Brasil. Nós não podemos deixar escapar essa grande chance que pode ser única”, afirmou.


No debate, o ministro Pimentel disse não estar otimista em relação a um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, tendo em vista a atual situação econômica dos países do bloco europeu. A presidente da CNA argumentou, porém, que não está pessimista. “Estive em Bruxelas (Bélgica) no mês passado e o que eu percebi é que os europeus estão ansiosos por acordos comerciais. Eles acreditam que vão descobrir o fim da crise econômica na negociação com outros mercados”, afirmou, para completar: “os europeus estão dispostos a abrir seus mercados por pura necessidade econômica”.

A senadora lembrou que outros países também têm interesse numa negociação com o bloco europeu, entre eles Estados Unidos, Austrália e Japão. Alertou para o risco de outros países fecharem acordos comerciais com a União Europeia antes de um posicionamento do Brasil ou do Mercosul sobre o tema. “A Austrália, por exemplo, poderia negociar um bom acordo para a venda de carnes para o mercado europeu, porque eles são produtores. E o Brasil perderia a oportunidade”, comentou.

A conclusão de um acordo entre Estados Unidos e União Europeia, em debate desde fevereiro deste ano, também preocupa a presidente da CNA. Para ela, se a negociação for concluída, os Estados Unidos podem ampliar as vendas para o mercado europeu, tomando espaço ocupado atualmente pelos produtos brasileiros. A União Europeia é destino de 23% das exportações do agronegócio brasileiro, totalizando, em 2012, cerca de US$ 22 bilhões.

PERDAS - Segundo a senadora Kátia Abreu, o fato de o Mercosul não ter fechado um acordo comercial com a União Europeia, em 2004, impediu que o Brasil conseguisse ganho comercial de US$ 1 bilhão. O mesmo estudo do Instituto Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que, firmada a parceria, as vendas externas de etanol brasileiro poderiam ter crescido 42%.

SUGESTÕES – Na audiência, a presidente da CNA defendeu a revisão do acordo de ministros que criou o Mercosul para evitar o “congelamento comercial” do Brasil. Isso não significa, segundo ela, o rompimento da parceria com os demais parceiros. Lembrou que, quando o bloco foi criado, a realidade era diferente da atual. Ela entende que isto reforça a necessidade de flexibilização das regras, visando ao fechamento de novas parcerias comerciais. “O mundo move-se e a função do Congresso Nacional é avaliar os processos e torná-los contemporâneos”, disse Kátia Abreu.

Uma das propostas apresentadas pela senadora ao ministro Pimentel foi a de que, fechado um acordo, as negociações comerciais fossem liberadas gradativamente para cada um dos países do Mercosul. “O momento é favorável e por isso não podemos deixar que interesses de outros países falem mais alto. Os vizinhos precisam negociar os pontos para os quais há divergências”, afirmou.
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