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Domingo, 21 de julho de 2024

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Anffa Sindical pede investigação a ministro da agricultura por suposto caixa dois para PMDB

Por conta da denúncia, deputados da Comissão de Agricultura retiraram de pauta nesta quarta-feira (21.8) um requerimento para convocação de Andrade para explicar a substituição do veterinário Ênio Marques do comando da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério. Um novo requerimento deve ser apresentado na próxima semana a partir dos desdobramentos da denúncia e com novo foco de investigação.

Foto: Agência EBC

Ministro teria pressionado funcionário a informar a deputado do PMDB lista de fornecedores de empresa pública

Ministro teria pressionado funcionário a informar a deputado do PMDB lista de fornecedores de empresa pública

O ministro da agricultura e deputado licenciado Antônio Andrade e os deputados federais Newton Cardoso e Mauro Lopes, ambos do PMDB de Minas Gerais, são alvos de investigação por suspeita de participarem de um esquema de desvio de recursos para formação de caixa dois em benefício do partido.


Denúncia contra o trio foi protocolada nesta quarta-feira (21.8) pela Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, na Procuradoria Geral da República (PGR) e na Controladoria Geral da União (CGU).

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Segundo a Anffa, o motivo é um diálogo ocorrido no último dia 12 de agosto durante Simpósio nacional de Integração em Ciência, Tecnologia e Gestão Pública, realizado em comemoração aos 30 anos do Laboratório nacional de Agropecuária (Lanagro), localizado em Pedro Leopoldo (MG).

Na ocasião, o ministro teria pressionado um funcionário do Lanagro a fornecer ao deputado Newton Cardoso uma lista dos fornecedores do laboratório para negociação de preços de produtos. O pedido foi feito após Andrade ter anunciado um aporte entre R$ 60 milhões a R$ 120 milhões para investimentos no laboratório.

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O presidente da Anffa, Wilson Roberto de Sá, em conversa ao Olhar Direto/Agro Olhar, revela trechos da conversa. Em um deles, Newton Cardoso chegou a argumentar ao coordenador do laboratório que, a partir de agora, “é o PMDB de Minas Gerais que vai ter de indicar os fornecedores”.

Ainda segundo Wilson, o coordenador do laboratório rebateu a investida, dizendo que a administração federal tem ritos, tem licitação, tem pregões e os instrumentos para poder efetivar as questões de fornecedores, pois os fornecedores têm de estar cadastrados no sistema de cadastro para o governo federal ou para a administração pública federal.

Foi neste momento, conforme Sá, que o ministro questiona o coordenador: “o senhor aguenta pressão? Se o senhor aguenta pressão, a gente contorna isso”, teria dito Antônio Andrade com o intuito de garantir informações sobre as empresas.

Na avaliação do fiscal agropecuário, que deu início na última sexta a uma greve nacional contra o processo de politização no Mapa, a denúncia é algo inadmissível. Ele afirma que o objetivo é buscar a transparência e a legalidade dentro de um Ministério de caráter técnico como o da Agricultura.

“Isso é algo inadmissível, algo que a gente não compreende. O ministro da agricultura tem um mandato concedido pelo valoroso e valioso povo de Minas Gerais e agir de uma forma dessas, quando a gente jamais imaginaria que ele rechaçaria estas investidas”, lamenta o presidente da Anffa.

“Não queremos derrubar ninguém, apenas que as coisas andem muito certinhas. Nós somos pela legalidade. Não aceitamos qualquer tipo de direção que não seja esta. Optamos por denunciar na PGR, no TCU e na Comissão de ética da Câmara, pois são as instâncias que a gente pode recorrer e apurar as responsabilidades”, concluiu.

Por conta da denúncia, deputados da Comissão de Agricultura retiraram de pauta nesta quarta-feira (21.8) um requerimento para convocação de Andrade para explicar a substituição do veterinário Ênio Marques do comando da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério. Um novo requerimento deve ser apresentado na próxima semana a partir dos desdobramentos da denúncia e com novo foco de investigação.

Procurado pela reportagem, o Ministério informou por meio da sua assessoria de imprensa que não se manifestará até ser comunicado oficialmente a respeito das denúncias.

Atualizada e corrigida às 10h26
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