Ao que parece, a última informação divulgada pelo Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo (08), sobre as espionagens praticadas pelo governo norte-americano, podem colocar uma pá de cal na amistosa relação política e econômica que Brasil e Estados Unidos mantinham até surgirem denúncias sobre o comportamento invasivo dos EUA.

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A reportagem da revista eletrônica informou que documentos secretos em poder do ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden indicam que a rede privada de computadores da Petrobrás é espionada pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês).

A afirmação se baseia em dados, fichas e textos de aulas dadas pela NSA, em maio deste ano, no treinamento de agentes encarregados de espionar redes privadas de computadores. O nome da Petrobrás é um dos primeiros a aparecer nos slides mostrados nessas aulas - e reaparece outras vezes, à medida que o treinamento vai avançando.

Este é mais um dos documentos vazados pelo agente, atualmente asilado na Rússia, desde que Snowden divulgou para o mundo a prática de espionagem exercida pelo governo norte-americano. Segundo a reportagem da Globo, os documentos comprovam que a NSA realiza espionagem com objetivos econômicos, desmentindo alegação anterior da Agência.

Na sexta-feira (06), durante reunião do G-20 em São Petersburgo, na Rússia, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso enfático no qual deu um "ultimato" ao presidente dos EUA, Barack Obama, e ressaltou a "indignação pessoal e do conjunto do País" a respeito da espionagem de ligações telefônicas e mensagens entre o Palácio do Planalto e ministros e auxiliares diretos da presidente. A denúncia também foi feita pelo Fantástico, na semana passada.

Dilma disse esperar que até quarta-feira (11) Obama se posicione esclareça "tudo" a respeito. Caso não seja atendida, a presidente promete retaliar e ameaçou cancelar visita de Estado que tem agendada a Washington, em outubro.

Pré-sal e seus bilhões
A reportagem chamou a atenção para a importância dos campos de pré-sal da Petrobrás, avaliados em bilhões de dólares, e para o leilão do Campo de Libra, que será realizado em outubro - o maior da história da empresa. A Petrobrás limitou-se a informar que não comentaria o assunto. À Globo, a NSA argumentou não usa sua capacidade "para roubar beneficiar empresas americanas".

Nos bastidores do governo admite-se que a presidente Dilma já desconfiava de espionagem na área do pré-sal, tanto que no início da semana ela chegou a comentar com auxiliares, que um dos alvos potenciais da espionagem seria a reserva de petróleo do pré-sal, como divulgado pelo periódico Estadão.