A Índia decidiu aumentar o montante de empréstimos sem juros oferecidos às usinas de cana-de-açúcar do país, que têm de comprar a matéria-prima a preços mais altos do que os praticados no mercado internacional. Serão oferecidos 66 bilhões de rupias (US$ 1 bilhão) neste ano-safra, iniciado em outubro, com prazo de pagamento de cinco anos.

'É um grande gesto do governo central, tanto para os produtores quanto para a indústria. Isso irá ajudar o setor a reduzir o encargo anual com juros em cerca de 5 bilhões de rupias (US$ 80,44 milhões) ao longo dos próximos cinco anos', afirmou a Associação dos Processadores de Açúcar da Índia, em nota.

Mesmo assim, a indústria, voltou a pedir que o preço da cana seja atrelado ao de açúcar para evitar ainda mais prejuízos. Na Índia, as cotações da matéria-prima são controladas pela administração pública, enquanto que as da commodity seguem as forças de mercado. Nos últimos anos, enquanto o valor da cana se manteve praticamente estável, o do açúcar subiu. A elevação dos custos de produção só piorou a situação das unidades produtoras, que viram as margens ficarem cada vez menores.

Em novembro, tradicionalmente o mês de maior moagem, muitas usinas recusaram-se a processar a cana. As operações só voltaram ao normal em dezembro, depois que o Poder Executivo indiano prometeu ajudar o setor. A Índia é o segundo maior produtor de açúcar do mundo, ficando atrás apenas do Brasil. Fonte: Dow Jones Newswires.