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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Importação pode representar ameaças, mas também oportunidades ao produtor brasileiro

O Brasil tem capacidade de produzir praticamente qualquer fruta e hortaliça, em todas as épocas do ano. Porém, a crescente demanda interna por variedades diferenciadas ainda é atendida por outros países. A equipe Hortifruti Brasil, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, avalia na edição de novembro os principais produtos frescos importados, seus países de origem e as ameaças e oportunidades para o agricultor brasileiro. As frutas e hortaliças consideradas na análise representam 98% desse mercado.


Na última década, a importação de frutas e hortaliças aumentou expressivamente. O gasto nominal do País com a compra desses produtos passou de US$ 140 milhões em 2002 para US$ 750 milhões (FOB) em 2012, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Foi a instituição do Mercosul, em 1995, que promoveu a consolidação da importação brasileira de hortaliças. No caso das frutas, as compras ganharam força a partir do ano 2000, especialmente após a crise de 2008. Isso porque, com o enfraquecimento das aquisições dos Estados Unidos e da Europa, outros países produtores passaram a apostar no Brasil como mercado consumidor. O aumento da renda da população brasileira também contribuiu com esse cenário.

A Argentina é a principal fornecedora de frutas e hortaliças do Brasil. De 2010 a 2012, a nação vizinha recebeu 52% de todo o valor gasto com as importações desses produtos, seguida da China, Chile, Espanha e Portugal. Dentre os produtos desse gênero comprados pelo País, os mais importantes são o alho e a pera – os dois são responsáveis por mais da metade da receita. Outros itens que compõem a cesta dos importados são cebola, frutas de caroço (ameixa, pêssego, nectarina e damasco), maçã, uva, kiwi e citros.

Competitividade brasileira

Os pesquisadores do Cepea esclarecem na matéria como o agricultor brasileiro pode aproveitar o nicho de mercado que, hoje, é atendido pelos hortifrutícolas estrangeiros. Como os importados já conquistaram seu espaço, para competir, o setor teria que se reestruturar e ofertar com mais diversidade e qualidade. Entre os desafios, destaca-se investir em novas tecnologias e variedades.

A maçã é um exemplo de sucesso. No início da década de 1970, o Brasil dependia das importações da fruta para abastecer o mercado interno. Visualizando uma boa oportunidade, produtores do Sul, com incentivos do governo, investiram na cultura e, hoje, o País tem posição de destaque no cultivo da fruta.

A revista completa está no site do Cepea: http://cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/

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