O mel suave da Cooperativa Agrofamiliar Solidária dos Apicultores da Costa Oeste do Paraná (Coofamel) está ganhando cada vez mais espaço nos mercados consumidores. Com oito anos de existência, o empreendimento conta com 157 agricultores familiares e uma lista de 300 clientes espalhados por sete estados, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
Foi justamente pela falta de compradores do produto, que apicultores do município de Santa Helena, localizado a 125 quilômetros de Curitiba (PR), se uniram para a criação da cooperativa, em 2006. “Antes da fundação, não tínhamos compradores de mel na região. Além disso, contávamos com um monopólio de preços, pois os atravessadores pagavam pouco pelo produto”, explica um dos diretores da Coofamel, Wagner Gazziero.
Um ano após a criação, o empreendimento conquistou a inscrição federal do produto. A busca pela qualidade fez com que a cooperativa inovasse em boas práticas de produção. “Todo produto que entra na cooperativa passa por um processo de melhora de qualidade. São coletadas amostras e contra mostras para a análise da Universidade do Oeste do Paraná. Só assim o produto é colocado no mercado. Além disso, acompanhamos o nosso cooperado na questão da qualidade e oferecemos três unidades de beneficiamento para suprir a demanda dos nossos agricultores que estão em 30 municípios do estado”, conta Gazziero.
Atualmente a Coofamel tem uma linha de 12 produtos fabricados a partir do mel. “A diversificação contribui para a comercialização. Por isso, a gente procura agregar valor ao produto e, assim, alcançar novos mercados”, ressalta. Parte do trabalho da cooperativa estará exposta no estande Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no Show Rural da Coopavel, que será realizado entre os dias 3 e 7 de fevereiro, em Cascavel (PR).
Inclusão de produtos
O diretor explica, ainda, que até o ano de 2012, a cooperativa trabalhava apenas com a apicultura. “Mudamos o nosso estatuto para incluir produtos agropecuários. Fizemos a nossa inscrição no Programa Nacional de Alimentação Escolar do estado e ganhamos a licitação para trabalharmos com hortifrutigranjeiros, panificados e alguns doces de frutas”, conta.
Ao olhar para trás o sentimento em relação à cooperativa é de muita conquista e gratidão. “A apicultura aqui na região era uma atividade que não tinha muita representatividade. Hoje, há famílias sobrevivendo com a atividade e permanecendo no campo”, finaliza Gazziero.
