No Nordeste, a chuva tem ficado restrita a pontos isolados e boa parte da região ainda sofre com a seca. O Rio Grande do Norte é um exemplo. Em Mossoró, os agricultores ainda não iniciaram o plantio da safra por falta de umidade no solo.
Nos três hectares que Rosânia Nunes destina para a plantação de sequeiro, o mato ainda toma conta, mas a agricultora já decidiu: vai arriscar mais uma vez no plantio de milho e feijão e torcer pela chuva. "Tem que ter fé, né? O agricultor que não tiver fé não é agricultor", diz.

O plantio de 2014 ainda é algo incerto em muitas áreas rurais de Mossoró, no oeste do estado. Na região, quase nenhum produtor cortou a terra.

De acordo com a Estação Meteorológica da Universidade Federal do Semi-Árido, este ano, até agora, só choveu 40 milímetros na região, enquanto a média para os meses de janeiro e fevereiro é de 160 milímetros.

Há três anos, a região de Mossoró sofre com a falta de chuvas regulares e os agricultores estão desanimados. Se a água não cai do céu, o jeito é recorrer ao reservatório do subsolo. Muitos agricultores estão perfurando poços e investindo na irrigação.

Cansado de esperar pela chuva, Kerginaldo Torquato vendeu uma parte do rebanho de ovelhas e comprou as tubulações para irrigar cinco hectares de área. O agricultor vai aproveitar o poço de uma área vizinha para plantar capim e macaxeira. “O custo é alto, mas é válido porque é a alternativa que temos para salvar nosso rebanho e produzir uma fruta”, diz.