Olhar Agro & Negócios

Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Produtor perderá US$ 4,34 bi com subsídio americano

O montante foi calculado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que estimou o prejuízo com base em projeções de queda nos preços das três commodities por causa do aumento da produção subsidiada cm solo americano.


A perspectiva é de que a produção brasileira de Soja perca US$5 2,5 bilhões em exportações, com base numa perda anual média anual de US$5 480 milhões entre 2014 e 2018.0 prejuízo seria o resultado de uma queda média de 3% no preço do grão, causada pelos incentivos americanos.

A CNA calcula em US$ 1,5 bilhão a perda para o Milho, com impacto anual de USS 280 milhões sobre a balança comercial, a partir de uma redução de preço de 4%. O algodão brasileiro pode perder USS 340 milhões com uma queda na cotação prevista em 4% e uma média anual de USS 70 milhões de impacto sobre as exportações.

O recuo no preço seria o reflexo de um aumento na produção pelos Estados Unidos apoiado em incentivos que devem somar USS 64,5 bilhões até 2018. A Farm Bill prevê o aumento na cobertura de seguros agrícolas, que passam a variar de 70% a 90% das perdas que os brasileiros possam ter ao longo do plantio. Já a derrubada no valor das commodities pode ser o reflexo da elevação de preços de referência internos, que os americanos receberão mesmo se houver queda no valor das commodities no mercado global.

Subsídios nocivos

Os números integram o estudo "Política Agrícola dos Estados Unidos e da União Europeia: Impacto no agronegócio Brasileiro", elaborado pela consultoria Agroicone a pedido da CNA. É o primeiro posicionamento formal do agronegócio brasileiro sobre incentivos desde o impasse do algodão na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2010.

De acordo com o estudo, o preço do Milho poderá cair entre 3% e 5% nos próximos cinco anos por causa do subsídio dos EUA. Para a Soja, a variação é de 2% a 4% e para o algodão entre 3,7% e 4,3%. As quedas refletem o repasse de recursos previstos na Farm Bill de US$ 40,3 bilhões para o Milho, US$ 19,2 bilhões para a Soja e US$5 5 milhões, para o algodão.

"O setor produtivo está indignado com o tamanho desses subsídios nocivos, o que pode ampliar a área de produção nos Estados Unidos, provocando uma depreciação dos preços no mercado internacional", disse a presidente da CNA, a senadora Kátia Abreu (PMDB-RO).

Soja é surpresa. Foi a primeira vez que a Soja entrou no programa americano de subsídio.

O auxílio ocorre no momento em que o Brasil busca superar a produção dos EUA para se tornar o maior produtor mundial do grão. A expectativa oficial é de uma safra de 854 milhões toneladas, previsão reduzida no início deste ano em 4,6 milhões de toneladas.

O engenheiro agrônomo e economista André Nassar, autor do estudo elaborado pela Agroicone, diz que a Soja e o Milho foram as "asgrandes surpresas negativas para o Brasil". Ele avalia que os recursos disponibilizados pelo governo americano devem ampliar a área plantada, aumentando a produção. Isso deve afastar a meta brasileira de se tomar o maior produtor mundial de Soja. "Os subsídios reduzem os riscos para o produtor, que irá responder aos estímulos do governo com aumento de área (plantada)."
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
Sitevip Internet