Agricultores e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra disputam uma área em Sananduva, no Rio Grande do Sul. O clima é tenso na região. Um fazendeiro foi à polícia denunciar uma série de atentados.

A fazenda tem 220 hectares. Ao lado da estrada de terra, 80 famílias aguardam acampadas a criação de um assentamento. Esta semana o confronto se agravou. Enquanto os trabalhadores realizavam a colheita, a máquina foi alvo de tiros. Foram várias perfurações, além do para-brisa destruído.

De acordo com o proprietário, os tiros teriam saído da mata próxima ao acampamento dos Sem Terra e, segundo ele, esta não foi a primeira vez que incidentes como este acontecem.

Fotos feitas pelo agricultor Cláudio Beé mostram a destruição, no último domingo (23), de 20 hectares de lavoura pelo fogo. O caminhão que ajudava na colheita foi atingido por pedras, quando passava ao lado do acampamento. Cláudio já registrou 12 boletins de ocorrência. Ele pediu apoio da Brigada Militar e ainda precisou contratar uma escolta armada para concluir a colheita. "Nós estamos vivendo uma situação que se não forem tomadas providências, vão ter que vir contar os cadáveres aqui, seja de um lado ou do outro", diz.

Os integrantes do movimento estão no local há quatro meses. Eles reivindicam o assentamento de 80 famílias na mesma área da fazenda de Cláudio, mas dizem que não existe escritura que ateste que a terra tem dono.

Procurados pela reportagem, os líderes do movimento não quiseram dar entrevista. Em conversa informal, eles negam qualquer envolvimento com as ações criminosas.

A polícia abriu inquérito e está investigando o caso.