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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Crescimento do setor chinês de alimentos atrai investidores

Chineses que enriqueceram no setor de tecnologia ou com o mercado imobiliário começam a se voltar para a indústria de alimentos, que oferece grandes oportunidades de crescimento no país asiático. O potencial de modernização da agricultura e a demanda cada vez maior por alimentos de qualidade vêm atraindo empreendedores e investidores.


O povo chinês está cada vez mais disposto a pagar mais por alimentos de melhor qualidade, após diversos escândalos envolvendo segurança alimentar. Incidentes recentes incluem o descarte de 15 mil porcos mortos no rio Shangai e casos de carne de rato e raposa sendo vendidos como cordeiro. Como consequência disso, restaurantes especializados em comidas naturais e mercados de produtos orgânicos começaram a surgir na China.

O movimento chinês para melhorar a segurança alimentar também é uma grande oportunidade para investidores focados em alimentos de qualidade superior. O magnata do mercado imobiliário e co-fundador da Soho China Ltd., Pan Shiyi, por exemplo, criou sua própria marca de maçãs (Pan), que são cultivadas em sua cidade natal, na província de Gansu. O esforço para promover as maçãs nas mídias sociais parece estar funcionando. As maçãs Pan são vendidas a um preço seis vezes maior que a média.

Muitos dos empresários, incluindo Pan Shiyi, dizem que estão buscando algo além do lucro com os alimentos. Quando Ding Lei, fundador do site NetEase, começou a criar porcos em 2009, afirmou que seu principal objetivo era aumentar a conscientização a respeito de segurança alimentar e proteger os interesses dos produtores.

O movimento Lohas, na China, que promove um estilo de vida saudável e sustentável, ainda está nos estágios iniciais, sendo que alguns chineses mais ricos se juntaram a ele por ser um símbolo de status. Mas muitos continuam no movimento. Muitos chineses ricos cresceram no campo, ou passaram um tempo na área rural durante a Revolução Cultural. Para eles, a preocupação com os alimentos significa um retorno às suas próprias raízes, e eles agora compartilham isso com seus filhos. Hoje, muitas das crianças chinesas crescem nas cidades e têm conhecimento mínimo sobre agricultura.

Possivelmente, a maior aposta de uma empresa não-alimentícia vem da Legend Holdings, controladora da fabricante de computadores Lenovo. A Legend Holdings investiu 1 bilhão de yuans (US$ 161 milhões) em frutas como mirtilo e kiwi, e 3 bilhões de yuans em uma produtora de chá em março.

O fundador da Legend, Liu Chuanzhi, que usou seu nome na marca da empresa 'Liu Kiwi', disse recentemente que não está fazendo isso por caridade, mas pensando no crescimento futuro da empresa. Segundo Liu, a lacuna tecnológica com o Ocidente é maior na agricultura do que na indústria. Como uma empresa de tecnologia, a Legend deve fazer esse investimento, disse Liu. Fonte: Dow Jones Newswires.
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