Nesta semana, Ribeirão Preto, em São Paulo, foi a capital do agronegócio. Produtores rurais de todo o país se reuniram em mais uma edição da Agrishow.

A prestadora de serviço Marina Barto comemorou a compra de duas colheitadeiras. Ela aluga os equipamentos para a colheita de outros agricultores, mas não fica de fora do batente. “Eu sei operar a máquina e dirijo o caminhão para levar os produtos até o armazém”, afirma.

Mais de 800 empresas expositoras levaram para a feira o que há de mais novo em tecnologia agrícola. Para divulgar os lançamentos, teve até sala de cinema para mostrar uma colheitadeira e também a apresentação do músico Lucas Lima.
As máquinas impressionaram até quem tem quase 50 anos de experiência, como o operador de máquina Jairo de Souza, que veio de Conceição das Alagoas, Minas Gerais. “Eu não dou conta mais de operar uma máquina dessas, por causa da minha idade, mas se eu tiver uma instrução eu não tenho verginha de operar”, declara.

Encantamento também para os pequenos visitantes, que fazem planos para o futuro. “Eu fico aqui me imaginando no futuro, eu acho que eu vou ser agricultor. Mas eu já sei de alguns modelos de máquina para no futuro, se eu for comprar”, diz Mateus Bueno, 10 anos.

A exposição de máquinas robustas, caminhonetes, helicópteros e aviões, também abriu espaço pra soluções simples para as propriedades rurais. O criador Orlando Zanata, procurava um equipamento que melhorasse o bombeamento da água. “Eu precisava da bomba, porque tem um pesqueiro lá no sitio que na época da seca, é preciso repor a água”, explica.

Uma das mais novas tecnologias no campo hoje são os drones, os aviões equipados com câmeras que auxiliam no monitoramento das lavouras. O diferencial de um modelo apresentado na Agrishow é que ele foi desenvolvido especialmente para o pequeno agricultor. Ele pesa apenas um quilo, mas é capaz de gravar imagens em alta definição.
O aparelho é pilotado do chão, pelo controle remoto. Uma tecnologia da Embrapa, em parceria com uma empresa que vai comercializar o produto. “Ele é uma solução bem em conta, no máximo custa cinco mil reais e você monta com a qualidade de câmera que quiser. Ele vai servir como o olho do agricultor por cima da lavoura”, diz Lúcio André de Castro Jorge, engenheiro eletrônico da Embrapa.

Caravanas de pequenos agricultores marcaram presença na Agrishow. Só do estado de São Paulo, vieram em grupos 15 mil pessoas. Alguns produtores de café, que fazem parte de uma associação, também vão juntos para a feira comprar as máquinas para a lavoura. “Investimentos que são de maior valor, a gente se une e adquire o equipamento para ficar mais viável”, comenta Edinir Spignolon, agricultor.

Luiz Donizeti Eufrazino e a esposa foram para Ribeirão Preto investir em irrigação, mas sonham em modernizar ainda mais a plantação de café. “Eu estou parecendo uma criança em um parquinho”, declara.