Agricultores de Mato Grosso do Sul enfrentam o ataque do javali. Os animais invadem as lavouras de madrugada e fazem a festa. Em algumas propriedades, a perda pode chegar a 30%.

Olhando de longe, o milho safrinha forma um imenso tapete verde. Estaria tudo perfeito, se não fosse um inimigo, que está aproveitando a grande oferta de alimento para devastar as plantações.

A destruição é causada pelo javali europeu, uma espécie exótica, que não pertence à fauna brasileira, mas que acabou sendo introduzida no país.

O agricultor Darci Meazza produz grãos há duas décadas e há dois anos, passou a ter problemas com os animais. Na safra passada perdeu, em média, 30 sacas de milho por hectare. Desta vez, o produtor plantou 580 hectares de milho safrinha e para diminuir os estragos, instalou uma cerca elétrica de 20 mil metros quadrados no entorno da plantação. O investimento custou aproximadamente R$ 20 mil e, segundo ele, houve redução de 80% nas invasões.

Percorrendo a lavoura é possível ver os estragos causados pelos javalis. Em uma área onde o milho estava quase pronto para ser colhido, grande parte foi comida pelo animal.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Rio Brilhante, Luís Otávio, não é somente na lavoura que os javalis causam prejuízo. “Temos observado que ele ara as nascentes buscando minhocas e isso tem causado uma grande degradação”, diz.

Para tentar ajudar os produtores, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estudam os hábitos e a reprodução do javali. A ideia é tomar medidas para conter o aumento populacional na região.

O abate do javali, para manejo controlado, está liberado desde fevereiro de 2013, mas exige autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).