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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Comércio esfria e OCDE vê risco para retomada global

As exportações dos países ricos e das principais economias emergentes apresentaram forte queda no primeiro trimestre do ano, de acordo com novos dados que trazem preocupação quanto ao estado da recuperação mundial.


A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nesta terça-feira (27/05) que as exportações dos países do G-7 e dos Brics caíram 2,6% no primeiro trimestre de 2014, em relação aos três meses anteriores. As importações dos mesmos países encolheram 0,1% na mesma comparação.

Receios - Os dados confirmam os receios de que o comércio internacional teve um início de ano lento, apesar das previsões da Organização Mundial do Comércio (OMC) e de outros de que haveria um retorno aos tempos de crescimento sólido, após vários anos fracos.

O Bureau for Economic Policy Analysis, um centro de pesquisa do governo holandês que reúne dados de várias partes do mundo, havia divulgado na semana passada que seu indicador amplo de comércio mundial se desacelerou em 0,8% no primeiro trimestre de 2014 em relação aos três meses anteriores.

Indicação - "A indicação que temos até o momento quanto a qualquer grande recuperação [no comércio mundial] é que ela não está acontecendo", disse Nadim Ahmad, chefe de estatísticas de comércio e competitividade da OCDE. "Certamente, seria de se pensar que se houvesse uma recuperação econômica sólida, os números seria um pouco mais fortes do que são neste momento".

Projeção - Em abril, a OMC elevou sua projeção de crescimento do comércio exterior neste ano para 4,7%, argumentando que o fortalecimento das recuperações na Europa e EUA ajudaria a impulsionar o comércio mundial. Na ocasião, no entanto, também advertiu que questões geopolíticas na crise na Ucrânia e outros eventos representavam um risco a essa projeção, assim como a desaceleração em economias emergentes.

Alemanha e Itália- Os números da OCDE divulgados nesta terça mostraram que, entre os países do G-7 e dos Brics, apenas Alemanha e Itália registraram aumento nas exportações. Ahmad disse que é difícil extrair um motivo comum para a desaceleração, uma vez que o quadro ainda é nebuloso, por fatores extraordinários e choques em economias, como as da China, EUA e Japão.

Estados Unidos- Nos Estados Unidos, o inverno rigoroso atingiu as cadeias de fornecimento e influenciou na queda de 3% das exportações, segundo Ahmad, embora as importações tenham aumentado 0,8% no mesmo período.

Japão - No Japão, as exportações caíram 3,5% em relação aos três meses anteriores.

China - Na China, onde a exportações recuaram 7,3% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior, ainda detectaram-se vestígios da investida do governo em 2013 contra o excesso de registro de faturas, usadas pelas empresas para driblar controles de capital, de acordo com a OCDE. Além disso, há distorções nos números, em decorrência dos feriados do Ano Novo Lunar chinês. A China, contudo, não foi exceção entre os principais países em desenvolvimento, já que todas as economias dos Brics viram suas exportações encolherem nos três primeiros meses do ano.

Rússia - Na Rússia, que enfrenta o risco de duras sanções comerciais pela crise na Ucrânia, tanto exportações quanto importações caíram em quase 3% na comparação com o trimestre anterior. As exportações da Índia caíram 3%, enquanto as exportações encolheram 0,9%. Na África do Sul, as exportações tiveram declínio de 4,3% e as importações, de 1,5%.
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