A candidata do PSB à presidência da república Marina Silva pretende rever os indicadores de produtividade agrícola das propriedades. As informações seriam usadas para facilitar os processos de desapropriação de terras a serem destinadas para a reforma agrária.

A promessa de Marina consta da página 58 de seu programa de governo e tem despertado reações negativas em setores do agronegócio tendo em vista que áreas degragadas e destinadas à especulação territorial rural podem acabar sendo estatizadas.

De acordo com a Agência Estado, pelo lado da candidata, responsáveis pelo programa afirmam que ela se limitou a dizer o que determina a legislação do País.

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"Essa questão causou espanto em todos que estudaram o programa, porque é ultrapassada", disse ao Estado o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Correa Carvalho.

"De maneira geral, as propostas dela para o agronegócio são de boa qualidade, mas isso é um contrassenso", analisa.

"Alguma pressão surgiu, mas estamos debatendo com os responsáveis pelo programa. Parece a história do bode que colocam na sala, para retirar em seguida quando a situação fica insuportável", conclui Carvalho.

Para o professor Roberto Rodrigues, que foi ministro da Agricultura no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e hoje coordena o Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, a ex-ministra do Meio Ambiente ressuscitou uma questão enterrada há quase dez anos.

"O próprio Lula, ao chegar ao governo com essa bandeira de seu partido, o PT, viu que não tinha o menor sentido", lembrou.