Três anos consecutivos de safras menores de milho dos EUA estão reduzindo os estoques mundiais do cereal para o menor volume em 39 anos, segundo informações do banco Goldman Sachs Group.

De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os estoques finais globais do grão irão reduzir 11%, para 117,61 milhões de toneladas. O menor número desde 1974.

Desde meados de junho, os preços do milho subiram 43% e, para o Goldman, os estoques enxutos podem favorecer novas altas nas cotações. O banco acredita que a menor oferta pode elevar os preços aos US$8,25/bushel nos próximos seis meses. Às 17h22 (horário de Brasília) desta terça-feira (11) o contrato maio de 2013 era negociado US$7,28/bushel na Bolsa de Chicago (CBOT). Em10 de agosto, os futuros eram negociados a US$8,49/bushel e desde então, recuaram 14%.

No entanto, para o analista da Futures International, de Chicago, Pedro Dejneka, possíveis altas nas cotações do milho dependem do retorno da demanda ao mercado estadunidense. “Se a demanda aparecer e aparecer forte, poderemos ter um bom rally nos preços”, afirma. A expectativa é de que a demanda chegue ao mercado norte-americano em meados de janeiro. “Se não vier, mesmo com estoques mínimos, o milho pode ter uma forte baixa”, alerta.

Os EUA registraram nessa temporada sua maior seca dos últimos 50 anos, com a pior produção de milho desde 2006, chegando a 272,4 milhões de toneladas, responsável por 32% da oferta mundial este ano.

Segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques do milho brasileiro somaram 3,9 milhões de toneladas em novembro, superando o volume recorde de outubro, de 3,66 milhões de toneladas.

De julho a novembro, 15,184 milhões de toneladas de milho foram vendidas, número 158% maior em relação ao mesmo período de 2011. No último dia 6, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou a projeção das exportações brasileiras para 20,5 milhões de toneladas, ante as 19 milhões de toneladas previstas em novembro.