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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

zoneamento da cana de açúcar

Governo federal não faz nada pelo etanol e Estado não emite licença, protesta Famato

"O governo não faz nada pelo álcool. O governo segura o preço da gasolina de forma artificial e prejudica o etanol. O governo não está vendo o lado do álcool", protesta.

O diretor de relações institucionais da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato), Rogério Romanini, acusa os governos federal e estadual de ignorar as demandas da cadeia produtiva do álcool e de prejudicar os produtores e processadores de cana de açúcar em Mato Grosso.


Durante audiência pública da Subcomissão Especial da Câmara Federal para discutir a proibição por parte do governo da cana nos biomas Amazônia, Pantanal e na Bacia do Paraguai, Romanini criticou a demora para permitir o plantio e a instalação de usinas nas regiões afetadas pelas medidas.

"O governo não faz nada pelo álcool. O governo segura o preço da gasolina de forma artificial e prejudica o etanol. O governo não está vendo o lado do álcool", protesta.

Ele cita como exemplo as dificuldades de uma associação de produtores do médio norte do Estado para vender sua produção às usinas. Segundo ele, toda a região que pertence à Amazônia Legal não tem licença para instalação de novas plantas. As críticas atingem também o governo estadual.

"Entregamos 1,6 milhão de toneladas de cana em 2012 e em 2013 venderemos 2 milhões de toneladas. Mas não temos opções de venda a não ser usina de Itamaraty, que tem capacidade de moagem de 6 a 7 milhões por ano. Precisamos de mais opções para escoarmos a produção e o governo não ajuda. O Estado não dá licença. Este é o grande problema nosso. Temos terra, pastagens degradadas, mas não conseguimos crescer", acrescenta.

O produtor rural Luiz Guedes, um dos associados à Companhia Verde Norte (CVN), de Mato Grosso, lembra que também tem enfrentado dificuldades para instalar uma planta de processamento de cana na bacia do Alto Paraguai e com baixo impacto ambiental.

"Tivemos um cuidado para montar um projeto ambientalmente correto. Não temos a produção de vinhoto (poluente do lençol freático), usamos um sistema de captação mínima de água e os resíduos da indústria serão sólidos. E mesmo assim temos dificuldades para obter uma licença para instalação", lamentou.

O assunto mobilizou representantes de entidades e integrantes do governo. A subcomissão especial para acompanhar os problemas decorrentes do plantio de cana e industrialização, presidida pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), vai propor mudanças à resolução 3.813/2009 do Conselho Monetário Nacional (CMN) e ao decreto presidencial número 6961/2009.

A resolução do CMN condiciona o crédito rural para expansão da produção e industrialização da cana-de-açúcar ao Zoneamento Agroecológico e veda o financiamento da expansão do plantio nos Biomas Amazônia e Pantanal e Bacia do Alto Paraguai, entre outras áreas.

Já o decreto cria o Zoneamento Agroecológico (ZAE) da cana de açúcar que organiza a expansão da produção agrícola e garantir a atividade sustentável por muito tempo com salvaguardas socioambientais.
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