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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Criação de abelhas-rainhas é estratégia para aumentar produtividade

As abelhas-rainhas são as principais responsáveis pela boa produtividade de mel de uma colmeia. São as únicas que se acasalam com os machos e, na fase adulta, têm quase o dobro do tamanho de uma abelha-operária. Dos ovos das rainhas podem nascer tanto machos (zangões) como fêmeas (operárias e rainhas). Cada colmeia possui apenas uma abelha-rainha, que vive em média, três anos.


A apicultura moderna preconiza a substituição da abelha-rainha uma vez por ano, quando começa a diminuir o seu potencial reprodutivo. Isso porque quanto maior for o número de operárias reproduzidas, maior será a população do enxame e, consequentemente, a produção de mel. Dessa forma, a criação de abelhas-rainhas é um instrumento necessário para a prática de uma apicultura intensiva e de resultados, garantem os especialistas no assunto.

Em Ortigueira, no norte do Paraná, a técnica já está sendo implantada no Centro de Transferência de Tecnologia Apícola (CTTA), que iniciou as atividades em outubro. A intenção, segundo o consultor do Sebrae/PR, Fabrício Pires Bianchi, é produzir abelhas-rainhas para abastecer os produtores da região que integram a Associação dos Produtores Ortigueirenses de Mel (Apomel).

“A possibilidade de substituir as rainhas não ao acaso, mas por iniciativa do apicultor, leva a obtenção de colmeias fortes e produtivas. Nosso objetivo, com a instalação do Centro de Transferência de Tecnologia Apícola, é oferecer para os apicultores ferramentas capazes de melhorar a produção, aumentando a lucratividade e a qualidade de vida do homem do campo”, diz Fabrício Bianchi.

Wilson José Batista Ortiz, técnico do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que atua no Centro de Transferência Tecnologia Apícola, explica que o procedimento é inédito na região de Ortigueira. “A criação de abelhas-rainhas possibilita ainda o melhoramento genético. Nossa ideia é melhorar a produção substituindo abelhas velhas por novas e de boas linhagens.”

A criação de abelhas-rainhas no Centro de Tecnologia Apícola é feita com a utilização do Kit Jenter, usado na apicultora na Europa e nos Estados Unidos. O Kit Jenter disponibiliza um sistema de copos de plástico ou "células" em que uma abelha-rainha pode colocar seus ovos. Como a abelha-rainha mata os filhotes rivais, ou seja, futuras abelhas-rainhas, os ovos são cobertos com uma pequena gaiola de plástico. Durante a primeira experiência realizada nos meses de novembro e dezembro, nasceram cinco abelhas-rainhas, de dez ovos.

O utensílio permite a produção de grandes quantidades de abelhas-rainhas em períodos curtos. Dentro de 30 dias, é possível criar cerca de 50 rainhas. “Será um benefício muito grande para os apicultores. Todos terão a possibilidade de renovar as rainhas e melhorar a produtividade. Tudo isso graças ao Centro de Tecnologia Apícola, que era um sonho e que agora está sendo concretizado”, comemora Ana Mozuski, presidente da Apomel.
Tecnologia apícola

O Centro de Transferência de Tecnologia Apícola fortalece as atividades de pesquisa e promove a inovação na produção. Os apicultores poderão mostrar para os pesquisadores suas necessidades, que poderão ser supridas por meio de estudos, como foi o caso da criação das abelhas-rainhas.

A construção do Centro de Tecnologia Apícola é mais uma ação voltada para fortalecer a "nova apicultura" no município. Para Fabrício Bianchi, do Sebrae/PR, apoiador da iniciativa, os apicultores já aperfeiçoaram a técnica e compreendem a necessidade de investir em conhecimento e pesquisa para melhorar a produção e o valor agregado do produto.

"Os apicultores desejam ingressar em novos mercados e possuem uma visão mais empreendedora do setor apícola", considera Fabrício Bianchi. O local terá um laboratório para a realização de pesquisas. Serão ofertados também cursos que vão contribuir principalmente para os apicultores que estão iniciando na atividade.

A construção do Centro de Tecnologia Apícola é mais uma ação voltada para a consolidação da "nova apicultura" no município. A nova fase é fruto da revitalização da Apomel, em 2007, estimulada pelo Sebrae/PR. A intenção do Sebrae/PR é colocar Ortigueira no topo do ranking. Hoje, o município é o segundo maior produtor de mel do Brasil, com 510 toneladas.
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