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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Venda de adubos pode chegar a 30,5 milhões de toneladas

O setor de fertilizantes tem expectativa de crescimento de 4% neste ano, podendo chegar à venda de 30,5 milhões de toneladas, conforme dados de consultorias. A maior capitalização do produtor rural e a elevação das commodities são fatores que estimulam o segmento. Mais compras poderão ser antecipadas para o primeiro semestre, quando a demanda pelo insumo é menor.


"Se tudo se concretizar da forma como se espera, se as variáveis de 2012 se mantiverem, teremos chance de ter mais um recorde setorial", aponta o diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Davi Roquetti Filho.

A expectativa é que o mercado seja sustentado pelo crescimento da área plantada com grãos e da renda agrícola. "O que vai puxar esse crescimento do mercado de fertilizantes é principalmente a soja", diz Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores. Ele estima que a receita gerada pelo grão cresça 24,5% em 2013.

Silveira avalia ainda que a cana-de-açúcar também pode colaborar, ainda que timidamente, para o aumento do consumo.

Com aumento da área cultivada, a soja deve liderar a comercialização de adubo neste ano. De forma geral, no primeiro semestre as vendas correspondem a 35% do total. Mas este quadro vem se alterando: maior quantidade de fertilizantes tem sido adquirida no período.

O diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (Ama Brasil), Carlos Florence, acredita que o agricultor poderá antecipar ainda mais as compras. "Primeiro porque hoje você tem uma safrinha muito mais intensa, e porque a cultura da cana consome muito fertilizante no primeiro semestre, e o terceiro é que há um problema de infraestrutura, que é a mesma de 15 anos atrás. É cada vez mais difícil atender toda essa demanda no último momento", considera.

Em culturas como soja e milho, por exemplo, o produto está mais caro em relação ao do mesmo período do ano passado. Em 2012, um composto para a oleaginosa custava R$ 933 por tonelada; agora está a R$ 1,05 mil. Para o milho, o preço passou de R$ 1,12 mil para R$ 1,19 por tonelada. Mas o agricultor está precisando comprometer menos produção na compra de adubos. Na soja, a relação de troca estava em 22,8 sacas para uma tonelada no início de 2012, agora está em 18,2 sacas. No milho, passou de 44,2 sacas para 41,7 sacas na mesma comparação. "O produtor não pode perder essa oportunidade, visto que se tem uma perspectiva de queda do preço da soja no mercado internacional. Na América do Sul, no Cone Sul, você tem a expectativa de uma produção muito avantajada, e isso é sinal de queda de preço. Se o preço do fertilizante não seguir a mesma tônica, você acaba perdendo a oportunidade de obter uma boa relação de troca", indica o analista de mercado da Informa Economics FNP, Aedson Pereira.

Importação

As importações de adubos também devem crescer 3,5% este ano, de 18,9 milhões para 19,56 milhões de toneladas. Em 2012, de acordo com a RC, foram gastos US$ 8,4 bilhões com essas compras, uma redução de 4,97% ante os US$ 8,84 bilhões de 2011. Nos últimos dois anos, o preço médio do insumo importado oscilou entre US$ 440 e US$ 450 por tonelada.

O Brasil importa cerca de 75% dos adubos que consome. Segundo especialistas, a dependência externa ainda vai demorar a diminuir, apesar da previsão de investimentos da ordem de US$ 18,9 bilhões de empresas que atuam no País até 2017, segundo levantamento da Anda, divulgado em agosto do ano passado.
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