Olhar Agro & Negócios

Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Cosan vê retomada em etanol, apesar de margem apertada

A indústria de etanol poderá ver uma retomada nos investimentos com vistas a ampliação da oferta, apesar das margens apertadas ou até negativas com que o setor vem operando atualmente, disse executivo da Cosan nesta quinta-feira.


A visão da companhia é de que o etanol deve ter um espaço na matriz de combustíveis maior do que a que ele ocupa atualmente, por seu papel relevante para a economia brasileira.

O etanol, que já chegou a responder por mais de 50 por cento da matriz de combustíveis brasileira, vem oscilando atualmente pouco acima de 30 por cento.

O vice-presidente financeiro e diretor de Relações com Investidores da Cosan, Marcelo Martins, disse que pela análise dos dados da Petrobras, considerando a expansão de consumo e frota de veículos versus a produção da gasolina, é possível perceber que o planejamento de longo prazo aponta para uma aumento da inserção de etanol na matriz de combustíveis.

"Portanto, existirá um aumento (da fatia do etanol), e nos próximos anos a gente deve observar a retomada do ciclo de investimentos", afirmou Martins.

Ele observou que o desempenho da Raízen Energia, divisão de açúcar, etanol e cogeração da Cosan em joint venture com a Shell, que opera com margens positivas, difere da média do setor.

Segundo ele, as margens da Raízen são positivas, mas "ainda não são absolutamente atraentes".

"A média do setor está agora próxima de zero ou negativa, o que não contribuiria para o aumento da produção e aumento da participação na matriz energética", observou Martins.

Mas Martins ressaltou que a decisão sobre novos investimentos no setor depende de outros fatores, além de apenas o preço "spot" (à vista) no mercado.

"Se você considerar que investimento em greenfield (novo projeto) leva em média cinco anos para entrar em produção e precisa de 20 anos para ser amortizado, a decisão depende de muito mais do que o preço spot, no dia de hoje", disse.

Ele acrescentou que os sinais dados pelo governo --com reajuste da gasolina e aumento da mistura-- foram na direção correta. "Agora, se é suficiente ou não, a gente vai ter de observar o setor e os níveis de investimento no setor", afirmou.

O governo anunciou recentemente a elevação da mistura de etanol à gasolina para 25 por cento, contra os atuais 20 por cento, entrando em vigor a partir de maio.

Um aumento da gasolina e do diesel nas refinarias --sem compensação tributária-- foi anunciado pela Petrobras no final de janeiro, abrindo espaço para eventuais aumentos nos preços do etanol.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
Sitevip Internet