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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Crédito para irrigação poderá chegar à soma de R$ 4 bilhões

O governo estuda liberar R$ 4 bilhões em crédito, a juros abaixo de 5%, para estimular a irrigação no Brasil. Os recorrentes problemas climáticos e a busca por produtividade sem expansão de área motivam o projeto, que deve ser incluído no próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP), cujo lançamento está previsto para maio.


"Nos últimos planos, esse crédito não gerou atratividade: era cerca de R$ 1 bilhão por ano, com juros de 6,75%. No ano passado, foi para R$ 500 mil, mas somente 20% foram consumidos", contextualiza o chefe da divisão de Agricultura Irrigada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Silvério.

Projetos de irrigação em propriedades rurais custam até R$ 7 mil por hectare, incluindo pivôs e tecnologia para gotejamento. Atualmente, 8% da área cultivada do País (cerca de 4,8 milhões de hectares), de cerca de 60 milhões de hectares, são irrigados. "A meta é ampliar essa área em mais 800 mil a um milhão de hectares", diz Silvério.

O atual limite de crédito disponível para a instalação de pivôs é de R$ 1,3 milhão, valor que deve ser ampliado. Os prazos para o pagamento e o cronograma de amortizações também precisam ser flexibilizados, de acordo com o Mapa. As propostas serão avaliadas pela área de Política Agrícola, pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central antes de serem sancionadas pela Presidência da República.

"O Brasil vinha, na década de oitenta, desenvolvendo um programa que cuidava desses projetos. Isso estava num ritmo crescente, mas depois do governo de Collor [início dos anos noventa] se perdeu. O apoio à agricultura irrigada cessou, e agora o governo está tentando retomá-lo", analisa Silvério.

Segundo dados da divisão de Agricultura Irrigada do Mapa, a Região Centro-oeste é aquela em que menos se utiliza irrigação: 549,4 mil hectares são cultivados com a tecnologia. Na Região Sudeste está a maior área irrigada do País: 1,5 milhão de hectares; Na Sul, a segunda maior: 1,2 milhão.

"A ocupação do centro-oeste só se deu a partir dos anos setenta - ocorreu tardiamente", justifica o chefe de divisão do Mapa. "O sul tem a peculiaridade do arroz irrigado por inundação, com várzeas, cultura que sozinha ocupa mais de um milhão de hectares irrigados", continua.

Outros projetos

No combate à seca, motivo central da nova orientação do governo para a agricultura irrigada, alguns estados têm optado pela instalação de cisternas. Santa Catarina registrou em 2012 a instalação de 248 reservatórios desse tipo, ante menos de 30 na última década. E outros oito mil foram previstos para este ano.

No fim do ano passado, o governo catarinense anunciou um projeto de R$ 60 milhões que contempla a entrega de quatro mil cisternas de dez a 40 mil litros a pequenos produtores, em 2013. O plano inclui a criação de uma linha de crédito de até R$ 30 mil por agricultor (com prazo de cinco anos e 50% de desconto a pagamentos de um ano), para financiar outros quatro mil reservatórios, de até 800 mil litros.

Já o secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, em face da "pior seca em 50 anos", pediu ao governo federal em janeiro deste ano a criação emergencial do PAC Semiárido, um conjunto de ações que possibilitaria a convivência da agricultura com a seca na região.

O representante baiano, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri), reivindica a distribuição de milho por meio de cabotagem, estímulos à cultura da palma para uso forrageiro e a construção de poços artesianos e barragens em cidades nordestinas.

A quantidade correta de água e o momento exato da irrigação são pontos-chave em um manejo adequado. Além de economizar água e energia, o controle pode assegurar melhor desempenho em termos de produtividade e qualidade de produtos agrícolas.
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