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Dólar fecha abaixo de R$ 2 com expectativa de aperto monetário pelo BC

26 Abr 2013 - 17:29

(José Sergio Osse e José de Castro | Valor)

O dólar comercial caiu e voltou a fechar abaixo de R$ 2 pela primeira vez desde o último dia 17, ac ompanhando a tendência de queda da moeda americana registrada no exterior. A baixa também reflete a retomada nas apostas do mercado num aperto monetário mais intenso pelo Banco Central após declarações ontem de integrantes da autarquia indicando que o uso da Selic para conter preços pode ser intensificado.


A expectativa de aumentos no fluxo de capitais para o país, decorrente de captações externas e vendas de ações de empresas brasileiras também continuou ajudando a puxar o dólar para baixo. Depois de captações como as da OAS e da Andrade Gutierrez, que levantaram US$ 1 bilhão em conjunto, e da Ecovias, que colocou R$ 800 milhões em títulos, ontem a BB Seguridade e o Smiles (empresa de milhagem da Gol) levantaram, respectivamente, R$ 11,475 bilhões e R$ 1,13 bilhão, com seus IPOs. Pelas contas do mercado, estrangeiros responderam por 40% dessas operações.

A moeda americana fechou em queda de 0,15%, a R$ 1,999. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato de dólar futuro para maio recuou 0,14%, apontando R$ 2,0005. O contrato para junho, que na próxima quinta-feira passa a ser referência no mercado, caiu 0,22%, indicando R$ 2,0095. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,70% e, no mês, já caiu 1,09%. A baixa registrada no ano até hoje é de 2,15%.

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, disse ontem que a autarquia pode intensific ar o uso da Selic no controle da inflação caso necessário. Isso foi interpretado por operadores como sinal de que os juros podem subir mais do que esperado nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). No último encontro do Copom, o BC surpreendeu o mercado ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 7,5% ao ano, em vez do meio ponto percentual esperado pela maioria dos profissionais.

Para o câmbio, uma Selic mais alta poderia se traduzir em mais fluxo de entrada de recursos externos, pressionando o dólar para baixo, à medida que o diferencial de juros entre o Brasil e outros mercados torna mais atraentes aplicações no país. No atual cenário de enorme liquidez disponível no mercado externo, promovido pelos programas dos Estados Unidos e do Japão de injetar dinheiro no mercado para tentar reativar suas economias, qualquer melhora nos rendimentos de instrumentos financeiros tende a impulsionar ainda mais os fluxos de capital.

Salvo um estresse maior nos mercados, a expectativa é que o dólar inicie a próxima semana ainda apontando para baixo, conforme ganhará força o tradicional “game” da Ptax, com vendidos e comprados em derivativos cambiais tentando influenciar a taxa para obter melhor resultado com suas apostas.

“O mercado vai aproveitar esse dinheiro que vai entrar e vai ‘bater’ no dólar para baixar a Ptax”, disse um profissional. “Quem está vendido no ‘spot’ já ganha com isso e pode ter um lucro extra se também estiver vendido no futuro.”

No exterior, o Dollar Index, que acompanha o desempenho do dólar ante uma cesta de seis moedas, fechou em queda de 0,39%, a 82,48 pontos, enquanto o euro, principal componente dessa cesta, subiu 0,15%, a US$ 1,303.
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