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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

produtores rurais

BNB vira alvo diante das dificuldades geradas pela estiagem

Os produtores rurais do Nordeste elegeram o Banco do Nordeste (BNB) como grande vilão do momento de dificuldades originárias do quadro de seca que enfrentam. É o que ficou claro durante reunião conjunta das comissões de Agricultura da Câmara e do Senado, realizada ontem, com a participação de representantes das classes produtoras de praticamente todos os estados da região.


O alvo principal foi o BNB, mas a reunião deixou clara a irritação com o governo federal. A começar pelo fato de nenhum dos ministros e representantes de instituições federais convidadas, dentre eles o presidente do Banco, Joel Lanzarin, ter comparecido. Todos enviaram representantes, merecendo dura crítica da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que defende, a partir de agora, trocar os convites por convocações. “O pote encheu”, disparou a senadora, sob aplausos.

Um dos organizadores do encontro, como presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, deputado cearense Raimundo Gomes de Matos (PSDB/CE), reforçou as críticas e defendeu que a partir de agora os ministros sejam convocados e não mais convocados. Da bancada cearense, além de Gomes de Matos, apareceram na reunião apenas o deputado Danilo Forte (PMDB) e os senadores Inácio Arruda (PCdoB) e José Pimentel (PT). Mesmo assim, apenas passaram rapidamente pela sala onde o encontro acontecia.

A grande queixa contra o BNB foi em relação às execuções judiciais de dívidas, que estariam acontecendo em vários estados. Parlamentares e dirigentes exigem a imediata anistia das dívidas, recusando a oferta de refinanciamento prevista em Medida Provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff no final de abril. Flávio Saboia, presidente da Federação de Agricultura do Estado do Ceará (FAEC), defendeu que a data de ontem fique conhecida como “dia da verdade”, ao permitir que ganhe visibilidade o drama provocada pela estiagem no Nordeste.

Edilson Silva Ferreira, superintendente de Recuperação de Crédito do BNB e representante do presidente Joel Lanzarin, disse ao O POVO que as execuções de dívidas têm sido feitas por determinação dos tribunais de contas. “O que nós temos feito é chamado os devedores para uma renegociação e suspendemos a execução assim que é assinado um simples termo de adesão”, explicou. O problema é que a ideia de renegociação está sendo rejeitada pelos produtores, que pressionam por um perdão das dívidas, dizendo-se sem condições de pagá-las diante da seca.

Hoje, a partir das 10 horas, a discussão prossegue no plenário da Câmara dos Deputados, que será transformado em Comissão Geral. Foram convidados novamente os ministros da Agricultura, da Integração Nacional e do Desenvolvimento Agrário, além do superintendente da Sudene e do presidente do BNB.

O repórter viajou a convite da Comissão de Agricultura da Câmara

ENTENDA A NOTÍCIA

O endividamento dos agricultores do Nordeste ultrapassa R$ 14 bilhões, segundo levantamento apresentado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) na audiência publica que discutiu a dívida rural da região.
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