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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Geller destaca os principais pontos positivos do Plano Agrícola e Pecuário 2013/14

Para Geller, o novo plano contemplou os principais pedidos enviados pelas entidades que representam o agronegócio de Mato Grosso, entre elas a Famato. O secretário de Política Agrícola orienta aos produtores que fiquem atentos às linhas de crédito, que exercitem a comercialização, com cautela, e façam a armazenagem.

Foto: Reprodução

Geller destaca os principais pontos positivos do Plano Agrícola e Pecuário 2013/14

Geller destaca os principais pontos positivos do Plano Agrícola e Pecuário 2013/14

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, esteve na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) na semana passada e na oportunidade concedeu uma entrevista especial sobre sua avaliação em relação ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014, lançado na última terça-feira (04/06), pelo Governo Federal, em Brasília.


Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 destina R$ 136 bi, 18% a mais que ano anterior

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Para Geller, o novo plano contemplou os principais pedidos enviados pelas entidades que representam o agronegócio de Mato Grosso, entre elas a Famato. O secretário de Política Agrícola orienta aos produtores que fiquem atentos às linhas de crédito, que exercitem a comercialização, com cautela, e façam a armazenagem.

A Famato considerou o novo plano positivo, especialmente o anúncio dos investimentos em armazenagem, que somam R$ 25 bilhões para a construção de armazéns privados no Brasil nos próximos cinco anos. A expectativa da entidade é que este montante seja suficiente para modernizar a infraestrutura dos silos e amenizar os gargalos logísticos da agricultura brasileira.

Confira a entrevista completa abaixo:

Famato - Quais os principais pontos do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014 que o senhor considera importantes para Mato Grosso?

Neri Geller –- O primeiro é que passou de R$ 115 bilhões para R$ 136 bilhões, isso é um avanço significativo porque aumentou 18% se comparado com o recurso do ano passado. Mas os conteúdos dos programas dentro do Plano Safra é que são extremamente importantes. O primeiro deles é a questão da armazenagem. Mato Grosso é o Estado que mais tem respondido às políticas públicas implementadas pelo Governo Federal. O Estado avançou muito nas recuperações de áreas degradadas de pastagem sendo incorporadas à produção de grãos. E, com isso, gerou um déficit muito grande na armazenagem. Logo que eu assumi a secretaria de Política Agrícola do Mapa, a gente começou a fazer estudos para verificar quais seriam as prioridades, os programas prioritários, para atender às demandas do setor. Nós discutimos isso muito com a Famato, Aprosoja, as entidades de Mato Grosso. A armazenagem foi o que mais se percebeu por parte do setor a maior demanda. E dentro disso foi anunciado um programa de armazenagem para cinco anos. É importante que o produtor fique atento, comece a fazer o seu projeto, porque vai estar normatizado. O Banco do Brasil e alguns outros bancos vão operar esta linha de armazenagem com taxa de juros de 3,5% ao ano, com três anos de carência e 15 anos para pagar. E o que é muito importante, esse investimento vai financiar toda a estrutura do projeto. Um projeto só para toda a armazenagem, seja ela questão de moega, da construção civil ou de equipamentos. Isso foi um avanço extremamente importante. Outro avanço muito importante para o Mato Grosso e o Centro-Oeste brasileiro foi o aumento dos recursos para custeio, passando de R$ 800 mil para R$ 1 milhão. Além disso, o aumento do recurso do programa ABC, de recuperação de áreas degradadas. Este é muito focado para a pecuária do Estado de Mato Grosso. Foi uma demanda da Acrimat, muito forte, junto com a Famato, para que esses recursos fossem ampliados, pois temos uma produção de grãos muito tecnificada e a manutenção do rebanho bovino é extremamente importante também. Então, tivemos foco muito direcionado para isso, assim como a ampliação dos fundos constitucionais. Outro programa importante, e o produtor deve ficar atento, é o Inovagro que é de acesso à inovação tecnológica, para que o produtor possa, dentro de sua propriedade, fazer a agricultura de precisão cada vez mais forte. Esta é uma ferramenta importante para baixar o custo e aumentar a produtividade. O programa também irá beneficiar a automação dentro da propriedade, ou seja, preparar os funcionários para que façam o planejamento dentro da propriedade, com escritório organizado, com balança para dar baixa nos defensivos, ter um controle de gestão dentro da propriedade. Tudo isso está sendo contemplado. O Inovagro também é com taxa de 3,5% ao ano, com 10 a 12 anos de prazo e dois a três anos de carência. São avanços significativos e eu estou muito animado com a sensibilidade por parte da equipe econômica do governo. Nós construímos o projeto do Plano Safra discutindo com o setor, com a sociedade vinculada à produção, seja produtores, associações, federações. Mato Grosso foi o que nos pautou muito forte por que é referência em termos de produtividade. Eu sou de Mato Grosso, mas não é por causa disso, é pela competência que os nossos produtores tem. Em cima disso, nós fizemos uma proposta do Plano Safra que foi encaminhada para a equipe econômica. Eu estou muito contente, nós conseguimos contemplar e, com certeza, o Plano Safra é extremamente importante para a produção mato-grossense e produção brasileira.

Famato - Com relação às deficiências logísticas de Mato Grosso, o senhor acredita que o PAP 2013/2014 realmente irá contemplar o Estado e resolver parte deste gargalo?

Neri Geller – - A armazenagem vai ajudar a resolver, ao menos em parte, o problema de logística. Mas o grande avanço que tivemos foi o setor chegar e entrar dentro do núcleo do governo. Nós discutimos o Plano Safra e a agricultura brasileira com a presidente Dilma Rousseff, a ministra Gleisi Hoffmann, o ministro Guido Mantega, ou seja, nós sentamos lá dentro. Foram mais de 40 horas de reunião. Mostramos os problemas de Mato Grosso. A importância de concluir a BR-163, a BR-242, a importância da reestruturação dos portos. Tudo isso nós discutimos, então isso se deve à organização do setor. É isso o que precisamos fazer. Precisamos defender nossos interesses, temos que defender para que o governo faça sua parte. O governo federal tem avançado muito nos últimos oito anos. Basta pegarmos esses projetos que estão em andamento, mas não é o suficiente. Nós precisamos da ferrovia, da BR-242, ligar Lucas do Rio Verde até Rondônia, ou seja, tem que fazer toda a estruturação da malha viária e mudar nosso modal de transporte, de rodoviário para ferroviário e hidroviário. Isso está avançando. Estou muito animado. Acredito sinceramente que as coisas vão continuar acontecendo.

Famato –- Os pedidos enviados pelo setor produtivo sobre os preços mínios da soja e do milho foram atendidos?

Neri Geller - Na verdade nós contemplamos muito forte o milho. Não vou anunciar agora, pois será votado no Conselho Monetário Nacional semana que vem. Então não está consolidado ainda, mas vai ter principalmente no milho e no algodão, que são duas culturas que dependem muito da sustentação de preço. Vai ter novidades boas. Tem uma demanda do setor e essa demanda será contemplada, se não for em sua plenitude, mas quase lá vamos chegar. Na comercialização, aumentamos muito os recursos, passamos para R$ 5,6 bilhões. Foi uma demanda da Famato junto com a Aprosoja e as entidades do Estado de Mato Grosso. Nós lançamos 2 milhões de toneladas de contrato de opção para o milho, 500 mil toneladas nós já fizemos. O outro leilão já foi lançado o edital na terça-feira desta semana e na quarta-feira, dia 12, sairá o próximo leilão e já na sequência vamos fazer outro. Essa quantidade é para recompor os estoques, mas, principalmente, para balizar o mercado para os produtores, assim como estamos preparados para fazer PEP ou Pepro para tirar nossa produção aqui da região, levar o excedente para as regiões de consumo e consequentemente o foco da secretaria é dar garantia de preço mínimo ao produtor rural. É importante que o produtor fique atento. Não precisa vender o milho muito barato. Na hora que der uma base de preço, venda. Mas não venda muito barato porque o governo, no momento certo, está fazendo sua parte. Nós queremos garantir o preço mínimo que é um direito constitucional do produtor.

Famato - Quais são as principais orientações que o senhor pode passar para os produtores de Mato Grosso?

Neri Geller - Fiquem atentos. Participem, fortaleçam as entidades. No Plano Safra, podem ver que o seguro passou de R$ 400 milhões para R$ 700 milhões. É um avanço muito grande. Isso é injeção na veia do produtor, para dar segurança na produção. O produtor deve ficar atento às linhas de crédito. Exercitar a comercialização, que é importante, e fazer a armazenagem. Fazer com cautela. Não fazer endividamento. Fazer conta. Eu acho que isso é importante deixar registrado. Não é por que os juros são baratos que vamos nos endividar. Vamos ficar atentos, ver se armazenagem é necessária, fazê-la e ampliá-la e, principalmente, cada vez mais avançar em termos de tecnologia e de sustentabilidade. Esse é o recado. Agradeço também à Famato e aos produtores que foram muito importantes na elaboração do Plano Safra 2013/2014.
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