O programa, criado pelo governo de Minas com a participação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), sob a coordenação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais, tem como objetivo o reconhecimento da qualidade e da origem do café mineiro, por parte do mercado internacional. O Certifica Minas Café é o primeiro selo de certificação de propriedades de café no Brasil emitido por um ente governamental.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, explica que iniciativas como o Certifica Minas Café ajudam a reforçar a posição de destaque do café mineiro nas exportações brasileiras. Inicialmente, serão vendidas 50 mil sacas de 60 quilos, por intermédio da Exportadora Guaxupé, uma das principais empresas privadas individuais do setor no Brasil. O café exportado neste lote, devido ao diferencial do selo de certificação de propriedade, terá uma premiação de R$ 3,00 por saca sobre o preço de mercado.
“Os mercados estão cada vez mais exigentes para que os produtos atendam critérios de sustentabilidade econômica, social e ambiental na produção”, explica o assessor especial de café da Seapa, Niwton Castro Moraes. “Esse programa veio para ajudar o cafeicultor de Minas Gerais a fazer as adequações para se adaptar ao padrão internacional, além de ajudar o pequeno produtor na gestão eficiente da sua atividade”.
Criado em 2007, o programa certificou o primeiro lote de café em 2008, mas a comercialização até agora estava restrita ao mercado interno. Segundo Niwton, o reconhecimento internacional aconteceu precocemente, pois a média de maturação de um selo de qualidade é de 10 anos. “O maior ganho, neste momento, é conseguirmos colocar o café mineiro no mercado internacional”, avalia Moraes.
Com o início das exportações do café certificado, a expectativa do governo mineiro é de que aumente o interesse dos produtores do estado em participar do Certifica Minas Café. Atualmente, há 1.643 propriedades mineiras certificadas e a expectativa é de que o número chegue a 1.750 neste ano.
O Certifica Minas Café tem como base um código de conduta para o cumprimento das boas práticas agrícolas. Para conseguir a certificação da propriedade é necessário o atendimento a 95 itens, dos quais 37 relativos a ações voltadas à preservação ambiental e 26 especificamente sobre produção e conservação dos recursos hídricos nas fazendas.
Os produtores que participam do programa são reavaliados anualmente para a obtenção de um novo certificado. Executado pela Emater-MG e o IMA, o Certifica Minas Café oferece assistência técnica e orientação para adequação das propriedades. O IMA responde por uma pré-auditoria nas fazendas aptas à certificação. Se aprovada pelo instituto, a fazenda é auditada por uma empresa independente, de reconhecimento internacional, que concede a certificação.
O governo de Minas também fez uma parceria com a fundação holandesa UTZ Certified em 2012 e ainda em 2013 novos lotes de café mineiro poderão ser exportados também com esse selo. O objetivo é ampliar as ações de certificação das propriedades cafeeiras do Estado implantadas por meio do Certifica Minas Café. “Isso significa o reconhecimento dos tradings nacionais e mercados internacionais de um trabalho de conscientização e modernização do cafeicultor mineiro, para estar à altura das exigências atuais do mercado”, avalia Niwton Moraes.
Em setembro de 2013, Belo Horizonte sediará a Semana Internacional do Café, que incluirá a reunião de 50 anos da OIC (Organização Internacional do Café) e a 8ª edição do Espaço Café Brasil, a maior feira do setor na América Latina. A Semana é promovida pelo Governo de Minas, por meio da Seapa, em parceria com a OIC, a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), principal entidade do agronegócio mineiro, Sebrae, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Café Editora, promotora do 8º Espaço Café Brasil.
