A Jari Celulose, empresa do grupo Orsa, vai investir entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões para adaptar a fábrica do Vale do Jari, região amazônica entre os Estados do Pará e do Amapá. A companhia entrará para o mercado de celulose solúvel e se tornará a segunda produtora relevante desse tipo de matéria-prima na América Latina. A execução do projeto em regime EPC (do inglês Enginnering, Procurement and Construction) ficou a cargo da Jaraguá Equipamentos, já contratada pelo grupo. A notícia foi apurada pelo Jornal Valor Econômico.

Desde o início do ano, a fábrica da Jari deixou de colocar no mercado 400 mil toneladas anuais de celulose de eucalipto, diante da decisão do grupo de suspender as operações na unidade por 10 meses. Prejuízos consecutivos e o alto custo operacional teriam motivado a parada de produção.

A matéria destaca que, segundo uma fonte da indústria de celulose, a "nova" fábrica da Jari será menor, com capacidade para 240 mil a 250 mil toneladas anuais de celulose solúvel, matéria-prima que é usada nas indústrias alimentícia (no invólucro da salsicha, por exemplo), têxtil (para fabricação de viscose), entre outras.

A previsão do grupo é de retomar à produção na unidade no início de 2014. Contudo, segundo a fonte, é mais provável que a fábrica entre em operação em meados do próximo ano, o que daria tempo para que as florestas da Jari alcancem idade mais próxima ao ideal para corte. Foi justamente o uso de madeira mais nova que pressionou os custos da operação de celulose de eucalipto.

Para financiar o projeto, a Jari vai recorrer ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Consultado, o BNDES informou por meio de assessoria de imprensa que não havia, até o fim da tarde de ontem, aprovação do financiamento. A Redação do Valor esclareceu que procuradas, tanto a Jari quanto a Jaraguá, informaram que não comentariam o assunto devido a uma cláusula de confidencialidade do contrato de fornecimento de equipamentos e serviços.