Em julho último, por exemplo, a aquisição de uma saca de milho solicitou não mais que 13,5 dúzias de ovos (menos de meia caixa de 30 dúzias), quase um terço a menos (-32,6%) que um ano atrás, quando a mesma saca do grão exigia mais de 20 dúzias de ovos.

Porém, já houve situações bem piores que as de julho de 2012. Em janeiro de 2011, por exemplo, uma combinação oposta a atual (baixa do ovo, alta do milho) foram necessárias 30 dúzias de ovos (ou seja, uma caixa) para adquirir uma saca de milho.

Com isso, nesse espaço de pouco mais de ano e meio, tem-se diferença que, provavelmente, jamais foi registrada no setor, posto que o volume de ovos necessário para a aquisição do milho é quase 55% menor que o observado no princípio de 2011.

Com o frango vivo, a situação é diferente. Pois, embora melhor que a registrada em períodos recentes, a capacidade de compra do avicultor em relação ao milho permanece praticamente a mesma de três anos atrás. E isso acontece porque nesse espaço de tempo (julho de 2010 a julho de 2013), a evolução de preços da ave e do grão foi muito similar (35,6% e 33,6%, respectivamente), enquanto o ovo, por exemplo, registrou incremento de preço da ordem de 78% (cerca de 45 pontos percentuais acima da evolução de preços obtida pelo milho).

Em julho passado, foram necessários, em média, 11,8 kg de frango vivo para adquirir uma saca de milho. Pois ainda que esse volume esteja hoje 40% abaixo do exigido em janeiro de 2012 (perto de 20 kg de frango vivo, o pior momento para o produtor de frangos no período analisado), permanece aquém do ganho obtido pelo ovo, cujas necessidades, nesse espaço de tempo, recuaram mais da metade (de 29,2 para 13,5 dúzias).