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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Agronegócio

Agricultores de Brasília melhoram produção com sistema de mandalas

Na zona rural do Distrito Federal, agricultores do Assentamento Pequeno Willian dividem um sistema de produção que necessita apenas de uma pequena área e poucos recursos para garantir alimentação e renda a eles e suas famílias. É a plantação em mandalas, em que os canteiros são montados em círculos e é possível cultivar verduras, legumes e frutas entre outros. O que facilita o manejo, a irrigação e a colheita.


São 14 famílias que ficam responsáveis por cinco mandalas que se baseiam em princípios ecológicos, em 17 hectares de terra. De acordo com o agricultor e secretário executivo da Associação dos Produtores e Agricultores Familiares Esperança (Asprafes), Gaspar Araújo, 72 anos, o sistema de produção utiliza uma única fonte de água para irrigação e, com diversas vantagens, é ideal para a agricultura familiar. “A gente aproveita o máximo a água e sai mais barato do que a irrigação tradicional. Usamos fertilizantes orgânicos, como as fezes das galinhas que criamos”, explica.

Com o sucesso da forma de produção, esse grupo de agricultores começou a fornecer seus legumes e hortaliças para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O programa é executado com recursos dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com estados, municípios e com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

As famílias começaram a vender para o programa em abril deste ano e toda a produção, livre de agrotóxicos, é entregue as terças e sextas-feiras. Eles fornecem cenoura, milho verde, alface, mostarda, rabanete, beterraba e quiabo. Os produtos também são comercializados em feiras da região. “Vim de Unaí (MG), trabalhava em uma região onde até intoxicado fui, por isso prezo pela produção sem agrotóxicos”, explica.

Renda
Atualmente, o grupo de agricultores entrega cerca de dois mil quilos por semana para o programa. O que, conforme Gaspar, ajuda a complementar a renda das famílias como a dele, que vive há mais de dez anos no assentamento. “Além de estarmos comendo melhor, melhoramos nossa renda”, declara.

O agricultor explica que aproximadamente 10% do que recebem do PAA vai para um fundo rotativo da associação para melhorar a infraestrutura do assentamento. “A gente ocupa uma área de 144 hectares, mas só tem água onde plantamos. Agora queremos levar para as casas”, afirma Gaspar.

Gaspar, sua esposa e seu filho Eduardo, de três anos, não pretendem mais sair de lá. Ele lembra como era difícil trabalhar para os outros e se diz satisfeito com o pedaço de terra que tem hoje. “Hoje eu posso plantar o que quero e para mim. Tiro meu sustento da minha terra”, enfatiza.


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