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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Apesar do cenário difícil, estrangeiras investem no País

Diversas multinacionais são unânimes ao afirmar que, no Brasil, é mais caro produzir do que em outros países em desenvolvimento. No entanto, a cadeia da construção civil continua atraindo players globais, que cada vez mais apresentam projetos de fincar de vez suas bandeiras no País através de unidades produtivas. É o caso da alemã Hörmann, fabricante de portas residenciais e industriais, que planeja estabelecer sua 25ª fábrica no Brasil. A MitsubishiCaterpillar Forklift America (MCFA), que produz empilhadeiras, também estuda uma unidade fabril em solo nacional.


"Existe um plano de cinco passos para instalarmos uma fábrica no País. Enxergamos um grande potencial de crescimento para o nosso negócio", afirma o gerente-geral da MCFA no Brasil, Victor Cruz. A empresa, que no ano passado faturou US$ 2,3 bilhões globalmente, é uma joint venture entre a Mitsubishi e a maior fabricante de linha amarela do mundo, a Caterpillar, para produção de empilhadeiras.

No Brasil há 17 anos, a MCFA antes comercializava seus produtos através de revenda. Porém, no próximo mês, deve inaugurar um armazém de peças para ampliar o atendimento pós-venda. "Decidimos investir no País devido à expectativa de aumento da demanda", ressalta Cruz. A expectativa da companhia é dobrar o seu faturamento em 2013 e ampliar a receita em 50% no ano que vem. "O mercado brasileiro consome cerca de 20 mil empilhadeiras por ano, mas poderia chegar a 100 mil unidades anuais", diz o executivo.

Segundo dados da World Industrial Truck Statistics, o mercado brasileiro de empilhadeiras deve fechar 2013 com um consumo de 23 mil unidades, contra cerca de 18,6 mil no ano passado. O Brasil é responsável por metade das empilhadeiras vendidas na América do Sul.

E a presença de inúmeros concorrentes globais do setor, no Brasil, parece não ser um empecilho para os planos da MCFA. "No mercado brasileiro, existe uma concorrência bastante acirrada, no entanto, em uma fatia muito pequena" diz Cruz. O executivo destaca que apenas 30% das empilhadeiras vendidas no País são financiadas pelo Finame - linha de crédito para bens de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) -, o que torna o Brasil pouco atrativo para a instalação de fábricas no segmento.

"Fabricar no País é 15% mais caro que lá fora", pondera Cruz. Porém, o executivo acredita que a aceleração das obras de infraestrutura previstas para os próximos anos deve impulsionar os negócios. "Ainda existe uma demanda muito reprimida no mercado brasileiro. O País deve entrar novamente em um período de crescimento rápido", afirma o executivo. "Se o ciclo de crescimento acelerar, nós iremos acelerar o projeto da fábrica", diz.

A planta projetada pela MCFA no Brasil deve ser base exportadora para a América do Sul. Aqui, devem ser produzidas empilhadeiras com os dois selos, Mitsubishi e Caterpillar. "São propostas de valor diferentes", diz Cruz. O executivo explica que a companhia fabrica desde produtos menores - usados em supermercados, por exemplo, com abastecimento elétrico - até modelos maiores, que usam diesel, ainda responsável pela maior demanda do segmento, no País.

Ciclo virtuoso

A cadeia da construção civil também atraiu a alemã Hörmann, que já comercializa seus produtos no País, mas pretende abrir uma unidade fabril em meados de 2014. A companhia projeta, neste ano, um aumento de 50% do faturamento no Brasil, para R$ 30 milhões. "O mercado aceitou muito bem o nosso produto. Por isso, estamos estudando a instalação da fábrica em razão do aquecimento da demanda e para ganhar em volumes", afirma o diretor-presidente da Hörmann no País, Flávio Pinto.

Atualmente, a marca opera em grandes projetos no Brasil, como plantas industriais e estádios (Maracanã e Itaquerão, por exemplo). A meta, segundo o diretor da empresa, é ser reconhecida como uma "grife de portas" também nos segmentos residencial e corporativo. "Trata-se de um mercado altamente pulverizado, mas sem um nível elevado de qualidade", ressalta Pinto.

Ele explica ainda que a valorização cambial foi um dos fatores que acelerou os planos da Hörmann no País. "Nós tínhamos grandes contratos em euro que não foram fechados por conta do câmbio", afirma.

A unidade fabril deve entrar em operação total por volta de 2015, com uma capacidade instalada de 50 mil unidades por ano, entre corporativas e residenciais, além de 5 mil industriais. Somente no ano passado, a Hörmann vendeu 5 mil portas industriais.

A expectativa da empresa é aumentar cinco vezes o seu faturamento até 2018. "No País, este mercado ainda é incipiente, mas existe muito espaço para crescimento", destaca Pinto.

O local escolhido para a unidade fabril deve ser o estado de São Paulo. "É onde o nosso mercado se encontra e, por conta da logística difícil, a fábrica teria que ser nesta região", explica o diretor-presidente da Hörmann.
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