Para quem gosta de gráficos dinâmicos, repletos de curvas ascendentes ou descendentes e com linhas entrecruzando-se entre si, nada mais monótono do que o gráfico que retrata o comportamento de preços do frango vivo entre os dias 13 de setembro e 12 de outubro (um mês) de 2012 e 2013. Porque, em ambas as ocasiões, a cotação alcançada abriu e fechou o período inteiramente estabilizada, sem qualquer alteração.

Em outras palavras, pois, o comportamento que o produto vem apresentando nos últimos 30 dias é absolutamente similar ao de um ano atrás. Mas com uma grande e significativa diferença: o valor atualmente alcançado é 20% superior ao de idêntico período de 2012, enquanto as condições de produção se mostram, senão totalmente, bastante opostas às de setembro/outubro do ano passado.

Naturalmente, boa parte da valorização que vem sendo registrada é consequente do período de entressafra da carne (bovina). Mas a cotação média do boi em pé nos últimos 30 dias registra incremento da ordem de 11%, enquanto a do frango chega a quase o dobro desse índice, ficando próxima da valorização do suíno vivo, que em um ano aumentou 22%.

Pode não parecer, mas há algo em comum entre o frango e o suíno: ambos dependem de ração ou, principalmente, de milho e farelo de soja – matérias-primas que, no ano passado, alcançaram preços proibitivos e acabaram afetando até o setor reprodutivo dos dois segmentos.

Em resumo, a situação mais favorável experimentada atualmente tanto pelo frango como suíno não decorre do aumento das exportações ou de uma mera queda na produção. Se esta existe é porque caiu a capacidade de produção de ambos os setores, resquício aparentemente retardado da crise de 2012.

De toda forma (e pelo menos no tocante ao frango) o limite parece ter sido atingido. Assim, a cotação atual tende a manter-se além dos 31 dias completados no último sábado. E isso também apenas repete o ocorrido em idêntico período de 2012. Então, a cotação do frango vivo permaneceu inalterada (em R$2,50/kg) por longos 65 dias.