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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Economia

Renda fixa volta a brilhar com novo aumento de juros

Com a volta da taxa básica de juros (Selic) à casa dos dois dígitos, as aplicações em renda fixa ganham mais visibilidade no radar dos investidores. Na prática, juro mais alto significa chance de ganho mais generoso. O Banco Central (BC) elevou, na semana passada, a Selic para 10% ao ano, e manteve o Brasil no topo do ranking de juros reais, segundo um cálculo do site de informações financeiras MoneYou. A taxa de juro real oferecida por aqui chega a 4,1%. Especialistas ouvidos pelo GLOBO avaliam que é hora do investidor se organizar para aproveitar oportunidades de ganho neste cenário:


- Já existem boas oportunidades de ganho e elas devem ficar melhor. A expectativa é que a Selic suba até 10,75% em 2014, depois faça uma pausa por causa das eleições. Em 2015, esperamos que a taxa vá até 12%, o que beneficiará ainda mais a renda fixa - avalia Ennio Moraes, diretor executivo de Investimentos do Citi.

Com a expectativa de juros mais altos, as aplicações pós-fixadas, que acompanham o movimento de elevação da Taxa Selic e oferecem menor risco de perdas, são favorecidas. Elas passam a oferecer ganho superior ao da poupança, mesmo para pequenos aplicadores. Um aplicação de R$ 10 mil, por dois anos, num fundo DI com taxa de administração de 1,5% ao mês, renderá no período R$ 1.440,50. Isso já descontado o Imposto de Renda. Na poupança, que não tem taxa de administração e é isenta de IR, o mesmo dinheiro renderá R$ 1.272,16.

- Os fundos DI são indicados para quem precisa do dinheiro num prazo mais curto, tem perfil de investimento conservador e não quer se arriscar na Bolsa. Mas é preciso saber que eles não vão render muito acima da taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) - explica André Abreu, gerente executivo de Fundos de Renda Fixa da BBDTVM.

CDB e LCI são alternativas

Sidnei José Pereira, de 47 anos, funcionário da Fundação Cesp em São Paulo, investe nos fundos DI por causa de sua liquidez. Ou seja, sempre que precisa do dinheiro pode retirá-lo da aplicação na data que precisar, sem perder o rendimento.

- Meu fundo DI rende só um pouco a mais do que a poupança, mas se colocasse na caderneta teria que esperar o aniversário da aplicação para retirar e não perder os ganhos - diz ele.

O consultor financeiro e diretor do Grupo PAR, Marcelo Maron, lembra que é fundamental pesquisar as taxas de administração dos fundos DI. Taxas acima de 1,5% roubam parte do rendimento. Ele observa que no varejo, nos grandes bancos, as taxas podem chegar até a 3%. E elas são cobradas de quem tem menos dinheiro disponível para aplicar. Por isso, é preciso negociar.

Pereira, que é um investidor avesso a perdas no mercado financeiro, também aplica em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) pós-fixados, títulos de crédito emitidos pelos bancos. Com esses papéis, que também são beneficiados pela alta de juro, ele faz uma reserva financeira para emergências.

- Quem deixa o dinheiro em CDBs por mais de dois anos, consegue quase 100% do CDI em alguns bancos e paga alíquota do Imposto de Renda menor, de 15%. Esse CDB pode ser até mais atrativo do que uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que é isenta de IR, mas oferece apenas 80% do CDI - explica o professor de Economia da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, Samy Dana.

Os juros em alta também beneficiam as LCIs, mas é preciso lembrar que esta aplicação exige investimento inicial mais alto. No Santander, é possível fazer a aplicação a partir de R$ 30 mil. Os especialistas lembram que a Letra Financeira do Tesouro (LFT), título do governo federal que é pós-fixado, é outro produto positivamente afetado pela alta de juro. A vantagem de comprar os papéis do Tesouro Direto diretamente pela internet, diz o professor Samy Dana, é que o investidor não paga taxa de administração. Mas esses papéis só podem ser vendidos pelo investidor às quartas-feiras no próprio site do Tesouro, o que limita sua liquidez.

O consultor Marcelo Maron lembra que os fundos de renda fixa que possuem papéis prefixados em suas carteiras, não se beneficiam diretamente desse movimento de alta de juro. Pelo contrário, oferecem um retorno mais interessante ao investidor se a taxa de juro cai.

- Portanto, é preciso saber exatamente o que há na carteira de um fundo de renda fixa antes de investir - alerta Maron.
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