Após um ano remunerador, os produtores de leite de Minas Gerais trabalham com uma nova realidade para 2014. O aumento na produção e a redução do consumo contribuíram para a queda do valor do produto. O criador recebe uma média de R$ 1,00 pelo litro do leite.

A produção de leite não sofreu alteração no período de seca na propriedade do criador Fernando Rocha, na zona rural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. As 20 vacas produzem 460 litros diariamente. O segredo do produtor está no cocho.

“Eu consigo manter meu nível de produção através do fornecimento de dieta total para os animais em relação à própria energia que o animal demanda para ter a produtividade diária que ele tem”, diz Rocha.

A estratégia utilizada por Fernando Rocha provocou um aumento de 15% no custo de produção. O criador garantiu produtividade no momento de maior valorização do leite. Em outubro, o produtor conseguiu R$ 1,05, melhor preço do ano. Mas o valor está em queda com o período de safra. Apesar da redução, o produtor considera a remuneração satisfatória.

Além do aumento na produção, típico do período de safra, a redução do consumo contribuiu para a queda no preço. Na cooperativa de Uberlândia, no mês de setembro foi pago ao produtor R$ 1,18 por litro de leite. Agora, o preço médio é de R$ 1,00.

“Nós notamos um enfraquecimento na demanda por produtos lácteos a partir de meados de setembro. Então, a conjunção do aumento da produção e da diminuição do consumo fez com que as indústrias estocassem mais produtos acabados e a consequência disso foi a diminuição do preço”, diz Cenyldes Moura Vieira, presidente da cooperativa.

O presidente da cooperativa acredita que a demanda pelos produtos derivados do leite aumente em fevereiro por causa da volta às aulas.