O consumo do ovo normalmente aumenta no período da Quaresma e só isso já é suficiente para elevar os preços. Este ano, o calor em excesso também reduziu a oferta. Em Minas Gerais, tem criador recusando pedido.

Nas granjas de Divinópolis, no centro-oeste mineiro, a produção de ovos é planejada para a Quaresma. Na atividade, há 30 anos, Roner Garcia Telles sabe que essa é a melhor época para o setor.

Com planejamento, as aves estão produzindo 300 mil ovos por dia e produção é vendida antes mesmo de sair dos galpões. Foi preciso investir para melhorar a entrega do produto e atender aos novos clientes. "A demanda aumentou em torno de 25%. Para atender os clientes a tempo, a gente teve que investir em logística, veículos, mão de obra, motorista e entregadores", diz.

Minas Gerais disputa com o Paraná o segundo lugar na produção nacional de ovos. O primeiro é São Paulo. Além da chegada da Quaresma, problemas climáticos nestes outros estados contribuíram para que aumentasse a procura pelos ovos produzidos em Minas Gerais.

“O calor que fez esses dias foi um dos maiores dos últimos tempos e provocou uma mortalidade muito grande, em torno de 20% do plantel brasileiro. Hoje está faltando ovo no mercado", explica Oscar José Gontijo, produtor rural.
Pela dúzia, o produtor está recebendo R$ 3, valor 20% maior do que no início da Quaresma do ano passado. Da granja de Oscar saem por dia 600 caixas, cada uma com 360 ovos. Pela primeira vez, o produtor está dispensando clientes do estado de São Paulo.

“Eu acredito que todo o primeiro semestre vai ser bom. Se fosse para eu atender todo mundo que procura, eu teria que aumentar a produção em 20%”, diz.

Também foi preciso contratar. O quadro de funcionários aumentou 20%, oportunidade que Pâmela Araújo esperava para voltar ao mercado de trabalho. "Eu estava desempregada e estou precisando muito, então foi muito bom".