O índice de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) caiu 1,6% em abril ante março, para 209,3 pontos, e recuou 3,5% na comparação com abril do ano passado. Segundo a instituição, a retração, após duas altas seguidas, foi motivada principalmente por uma queda nos preços de laticínios, enquanto açúcar e óleo vegetal também recuaram. Do outro lado, os preços de cereais e carnes subiram levemente.

De acordo com o relatório da FAO, os preços dos cereais (+0,5% em abril, na margem) aumentaram menos graças a uma melhora nas condições climáticas nos Estados Unidos, ao passo que as tensões na Ucrânia não afetaram significativamente a produção no país. Já no caso do óleo vegetal (-2,8%), a queda se deve a uma demanda menor da União Europeia, enquanto as exportações da Malásia têm sido afetadas pela força persistente da moeda do país.

Nas carnes (+0,4%), a elevação é explicada pelo avanço nos preços da carne suína, em função dos receios do efeito da diarreia suína epidêmica nos EUA. Os preços da carne bovina, embora tenham ficado praticamente estáveis, estão perto das máximas históricas, em função da seca nos EUA e na Austrália. Já os laticínios (-6,9%) foram afetados pela queda nas importações de leite em pó da China e de manteiga da Rússia. O açúcar (-1,6%), por sua vez, caiu por conta da maior oferta em grandes regiões produtoras, como Tailândia, Índia e Austrália.

O índice da FAO é baseado nas variações dos preços internacionais de uma cesta de commodities alimentícias, dividida nos cinco grupos descritos acima. O peso de cada grupo é determinado pela sua participação média nas exportações entre 2002 e 2004.