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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Economia

Taxa de juros e difusão de novas tecnologias dificultam expansão da Agricultura de Baixo Carbono

Os principais entraves na consolidação do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) estão nas elevadas taxas de juros cobradas dos produtores, comparadas a outros programas do setor agrícola, e na morosidade no processo de difusão de novas tecnologias. Foi o que afirmou o consultor técnico da Comissão Nacional do Meio Ambiente, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho, em audiência pública realizada na Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC), no Senado.


O técnico da CNA citou ainda dois outros fatores que prejudicam a consolidação da agricultura de baixo carbono no Brasil: a precariedade das estradas e ferrovias do país e a precária assistência técnica dada ao produtor. Para ilustrar a questão do elevado custo financeiro dos projetos, Nelson Ananias mostrou que taxas de projetos já existentes – caso dos fundos constitucionais – possuem juros inferiores aos cobrados no Programa ABC. Neste foram fixadas taxas entre 4,5% e 5% ao ano, inibindo o produtor a buscar tais linhas de crédito.

Preservação ambiental - Documento apresentado pelo representante da CNA na audiência pública destaca que o Brasil preserva 61% de seu território, (517 milhões de hectares com vegetação nativa) e apenas 38,7% das terras produtivas são ocupadas por propriedades rurais. Ao mesmo tempo, revelou ele, o Brasil está em segundo lugar em termos de floresta nativa (519 milhões de hectares), total superado apenas pela Federação Russa (809 milhões de hectares).

Durante os debates na CMMC, o deputado Alfredo Syrkis (PSB/RJ), que presidiu os trabalhos da Comissão, reclamou da ausência de representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas. Isso impediu a apresentação de alternativas e propostas voltadas para a redução das taxas de juros e, assim, abrir caminhos para fortalecer a agricultura de baixo carbono.

Segundo números apresentados pela CNA, no recente programa de modernização de armazéns e silos do país, as taxas de juros foram fixadas em 3%, inferiores aos dos projetos do Programa ABC. Para Nelson Ananias, ações pontuais nesse segmento não têm eficácia. “São necessários projetos que tenham continuidade e viabilidade técnica, além da melhoria na logística (ferrovias e rodovias). É preciso também, dentro do Programa ABC, fortalecer e expandir os programas de irrigação agrícola no país”, concluiu.


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