De grão em grão (como convém a um produto avícola) o frango vivo de Minas Gerais vai recuperando o que perdeu desde o final de abril até agora. Ontem, quarta-feira (4), obteve a terceira elevação de preço da semana e, novamente com um adicional de cinco centavos, voltou a ser negociado por R$2,00/kg, valor que havia registrado pela última vez entre os dias 8 e 18 de maio passado.

Porém, o preço do produto continua distante do valor de dois meses atrás. Pois apesar das três altas consecutivas recuperou apenas 15 dos 55 centavos perdidos a partir de abril. Assim, permanece com uma cotação 16% inferior.

Observando, ainda, que na maior parte de abril o frango vivo de Minas Gerais foi comercializado pelo mesmo valor registrado no interior de São Paulo, constata-se que o produto mineiro permanece com uma diferença, negativa, de 15 centavos em relação ao produto paulista. O normal seria uma diferença positiva, da ordem de 10 centavos. Portanto...

Já que se falou em São Paulo: no interior paulista o mercado permanece fraco, alheio ao fato de esta ser a semana de pagamento de salários. Conforme players do setor, boa (senão a maior) parte dessa situação decorre de problemas operacionais registrados em vários abatedouros do Estado, inclusive com a paralisação de um deles (o que aumentou significativamente a disponibilidade de frango vivo em um mercado sabidamente restrito e muito próximo da extinção).

As informações, porém, dão conta de que esses obstáculos começam a ser superados. Um dos indícios nessa direção é a diminuição da oferta de produto proveniente de empresas integradas, decrescente nos últimos dias.

Se o processo tiver continuidade, também em São Paulo os reajustes começarão a ocorrer. Porque (está demonstrado pela evolução da produção de pintos de corte) não está havendo aumento na produção de carne de frango. Até pelo contrário, produz-se no momento o tanto quanto se produzia em 2010.