O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) criticou duramente o governo federal por isentar os produtores de trigo de fora da região do Mercosul da Taxa Externa Comum, a TEC. A tarifa de 10% será retirada para compra de 1 milhão de toneladas do cereal até o dia 15 de agosto.

A medida foi publicada no Diário Oficial da União no dia 23 de junho. Embora já em vigor, a decisão ainda precisa ser referendada pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), na próxima quinta-feira (03).

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Para o parlamentar, a decisão prejudica principalmente Rio Grande do sul e Paraná, estados que são os maiores produtores.

“Eu não tenho que proteger o produtor da Rússia, Estados Unidos e Europa. Os governos desses países já dão proteção. O nosso não nos dá proteção. O governo não está preocupado com o produtor. A FPA vai defender o produtor brasileiro. Que a Rússia e os Estados Unidos defendam os seus produtores. Infelizmente o governo da presidente Dilma está privilegiando produtores da Europa, da Rússia e Estados Unidos”, disparou.

No caso do Rio Grande do Sul, a situação ainda é pior, já que cerca de um milhão de toneladas de trigo do ano passado ainda não foi comercializado.

“Não tem comprador. Esse é um problema serio que nós temos hoje. Como é que esse trigo será comercializado? Estes produtores estão devendo no banco, como é que fica se as indústrias nem compram trigo? As indústrias gaúchas e paranaenses estão do nosso lado, porque estes estados têm produção. Os outros estados pressionaram e conseguiram a isenção porque não produzem trigo. Isto é prejudicial aos nossos produtores e de certa forma, ruim para a própria indústria gaúcha e paranaense que está prejudicada por este”, ponderou.

Segundo o líder ruralista, a bancada tem o apoio do ministro da Agricultura Neri Geller, que já havia conseguido protelar a isenção anteriormente.

“Nós vamos seguir protestando para que volte a cobrança da TEC. É muito importante. Os produtores de trigo basicamente do Paraná e Rio Grande do Sul, que são os maiores produtores, não podem se prejudicados neste momento”, afirmou.