O país, maior produtor e exportador de açúcar do mundo, embarcou 3,17 milhões de toneladas no período, quase 50 por cento a mais que em setembro e bem acima do recorde anterior, de 2,67 milhões de toneladas, de agosto de 2011, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.

As vendas externas de outubro, divulgadas na quinta-feira (01) pela Secex, foram ajudadas por poucas chuvas nas últimas semanas, o que ajuda nas operações portuárias, aponta diretor da consultoria Datagro, Guilherme Nastari.

"As usinas conseguiram recuperar o tempo perdido no momento úmido do ano", disse ele, referindo-se às chuvas inesperadas que caíram sobre as principais regiões produtoras do país no meio do ano, dificultando a entrada das máquinas de colheita nos canaviais.

No acumulado do ano, o Brasil ainda não conseguiu recuperar o atraso em relação aos embarques registrados em 2011.

Nos dez primeiros meses de 2012, foram exportadas 15,07 milhões de toneladas de açúcar bruto, contra cerca de 16,5 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior.

Em outubro do ano passado, as exportações de açúcar bruto somaram 2 milhões de toneladas.

Nastari observa que o clima seco em outubro ajudou nas operações dos portos, já que com chuvas porões dos navios não podem ficar abertos para receber cargas.

"Quando não tem chuvas você tem mais eficiência para honrar os contratos", acrescentou.

O analista ressaltou, no entanto, que os grandes volumes embarcados em outubro refletem contratos firmados anteriormente, sem influência dos atuais preços, considerados baixos.

A Datagro estima o custo de produção do açúcar em 21,7 centavos por libra-peso. Atualmente, o contrato mais próximo, para março de 2013, está sendo negociado abaixo de 20 centavos por libra-peso.

"No médio prazo há um desestímulo aos produtores", disse ele.