Olhar Agro & Negócios

Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Economia

Rentabilidade do produtor avícola aumenta no segundo semestre, diz ABPA

A rentabilidade do produtor avícola deve ser maior neste segundo semestre, disse o vice-presidente da divisão de aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. A perspectiva da queda das cotações do milho garantirá maior margem ao produtor nos seis últimos meses do ano.


– A safra de milho nos Estados Unidos vai vir com uma oferta boa e a safrinha brasileira também seguirá o mesmo caminho e, com uma oferta boa, os preços tendem a cair – declarou, em entrevista durante a feira Avicultor 2014, promovida pela Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig). Segundo ele, também há uma perspectiva de aumento de preços da carne de frango brasileira tanto no exterior quanto no mercado interno, por conta de aquecimento de demanda.

Apesar de no acumulado do ano até junho os preços médios praticados no exterior estarem 9,8% abaixo dos do mesmo período do ano passado, mês a mês os valores têm subido. Conforme dados da ABPA citados por Santin, em junho houve alta de 0,9% ante junho de 2013, para US$ 2.083 a tonelada.

– Há espaço para chegar a até US$ 2.100, US$ 2.150 a tonelada até o final do ano – prevê. Conforme ele, o setor trabalha com um câmbio estável até o segundo turno das eleições, com um leve aumento depois do pleito, independente de quem seja escolhido o novo presidente da República.

No mercado interno, Santin acredita em demanda estável no segundo semestre, mesmo com eleições e Natal.

– Na Copa do Mundo, a indústria registrou vendas maiores de asas e coração de frango, em sua maioria para utilização de churrasco. As eleições devem seguir o mesmo comportamento – declarou. O executivo reiterou a projeção de crescimento entre 3% e 4% do volume embarcado de carne de frango no ano, impulsionado por vendas maiores para México, China e Venezuela.

– Ainda estamos esperando a abertura efetiva de Malásia, Paquistão e Taiwan – completou.

Alojamentos

O gerente nacional da divisão de Aves da Agroceres Multimix, Rogério Luiz Iuspa, alerta para a necessidade de equilíbrio entre a demanda e o alojamento de pintos.

– Acredito que o alojamento para o ano vai ficar em torno de 500 milhões de animais, o que equilibra o mercado de oferta e demanda. Mas se houve uma oscilação para 510 milhões, já provoca um desequilíbrio em toda a cadeia – disse. Ele concorda que a atividade ficará mais rentável no segundo semestre por conta do arrefecimento das cotações dos grãos, com o aumento de oferta do insumo. Porém, também diz que o ideal é que os preços do grão não caiam muito, para que não haja desistência da atividade e a oferta fique escassa novamente no ano que vem, prejudicando os avicultores.

Indústria avícola de MG está no prejuízo, mas prevê melhora

O alto custo de produção e preços pouco remuneradores do frango no varejo e atacado fazem com que a indústria avícola de Minas Gerais trabalhe com prejuízo atualmente, disse o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Antônio Carlos de Vasconcelos Costa. Segundo ele, o quilo do frango inteiro é vendido no varejo do Estado entre R$ 3,20 e R$ 3,30; no atacado, R$ 2,90/quilo e o vivo, R$ 2,40/quilo.

– Só que o custo de produção, principalmente advindo dos grãos e mão de obra, está maior que o preço de venda. Para que a indústria volte a ter lucro, o frango inteiro no varejo teria que estar sendo comercializado a R$ 3,60, o quilo – explicou, em entrevista exclusiva à Agência Estado, durante a feira Avicultor 2014, promovida pela entidade.

De acordo com Costa, o produtor mineiro já está conseguindo ter rentabilidade, mas depois de dois meses de preços do frango vivo em queda. Nesse período, o menor preço da ave viva foi de R$ 1,85/quilo, sendo que os custos de produção atingiram R$ 2,20/quilo.

Costa afirma que o setor está animado com o segundo semestre, principalmente no efeito positivo da queda das cotações do milho sobre os custos de produção.

– O Estado teve problemas de seca e quebra de safra. Pensamos que iríamos pagar R$ 40 pela saca do milho, mas fazemos nossas compras a R$ 23 a saca. E esse valor tende a diminuir no segundo semestre – disse. Para ele, o grande desafio da avicultura mineira são os custos de mão de obra, adequação às novas normas trabalhistas e de fiscalização da atividade.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
Sitevip Internet