Uma vitrine de loja bem arrumada e moderna podem impactar entre 50% e 90% das vendas de forma direta ou indireta, dependendo do segmento. Apesar disso, alguns comerciantes ainda resistem às mudanças, enquanto outros mudam radicalmente transformando a loja em vitrine.

De acordo com o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), Célio Fernandes, o impacto provocado nas vendas por uma vitrine vão desde a simbologia utilizada até a linguagem e a temática utilizada na decoração. "A vitrine traz a possibilidade de atingir, em primeiro olhar, ao público-alvo da loja, convidando-o ou conquistando-o a entrar para ver mais produtos. As pessoas têm apenas e em média 20 segundos para ver e analisar algo, então o impacto a ser causado deverá ter em conta este relance".

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O vice-presidente da CDL Cuiabá aponta ainda que após a vitrine o interior da loja, incluindo o atendente, é outro ponto influenciador para a venda.

Recentemente a rede O Boticário em Cuiabá e Várzea Grande remodelou suas lojas. As vitrines foram abolidas e as lojas em si transformadas em verdadeiras vitrines. “As unidades estão virtuais e foram pensadas visando à interação entre cliente e produto”, comenta o diretor de Cuiabá e Várzea Grande de O Boticário, Daniel Matos.

A multiplicadora de Recursos Humanos de O Boticário, na Grande Cuiabá, Renata Paixão, comenta que o visual da loja ajudam em 50% das vendas. “Tiramos o convite da vitrine e transformamos a loja em uma vitrine. O cliente quando perceber já estará dentro da loja”.

As inovações, de acordo com Célio Fernandes, às vezes vão além da fachada e do visual. "As lojas e grifes de roupas também estão utilizando aromas para ambiente, visando trazer à memória do consumidor sensações que o atraia para novas compras na mesma loja e de produtos da mesma marca. Então percebemos que as estratégias vêm sendo incrementadas, aproximando-se, cada vez mais, do sensorial para conquistar o cliente".

O vice-presidente da CDL Cuiabá reforça ainda que em uma vitrine, além da decoração, é preciso que os preços dos produtos estejam à mostra, seguindo as legislações e exigências do Procon.

Resistência

Apesar de muitos lojistas estarem inovando, ainda se percebe a resistência de alguns. Conforme o vice-presidente da CDL Cuiabá, além da resistência existe o ponto financeiro que impede que se renove o ambiente da loja.

"Quando falamos de pequena e micro empresa há dificuldade para dispor de capital de giro até para garantia efetiva do estoque desejado, ou seja, decorar a loja, reformá-la, pintá-la requer investimento e nem sempre há este fôlego em caixa. Mas, todo empresário, de qualquer porte e faturamento de empresa, deve incluir em suas planilhas esta previsão, pois o aumento das vendas pode estar na mudança de apresentação da fachada e layout, pode estar aí o fator surpresa e diferencial em relação à loja vizinha. O mercado hoje não dá espaço para amadorismo ou a experiência que não se moderniza, pois a competitividade está muito alta", explica Célio Fernandes.