Pelo simples fato de o frango vivo ter obtido, em agosto corrente, valorização de mais de 10% em menos de uma semana (ou em apenas cinco dias de negócios), muito analista está sendo levado a concluir que, além de corresponderem a um comportamento raro ou inédito, tais altas representam resultado excepcional para o setor produtivo

Nada mais falso, porém. Porque, por exemplo, o preço alcançado pelo frango vivo no interior de São Paulo manteve-se, nos últimos cinco dias de negócios, com idêntico preço (nominal!) registrado há um ano, nesta mesma ocasião.

E tudo indica que a quarta semana do mês será encerrada, amanhã (23), com a mesma estabilidade atual e sem qualquer alteração, pois, embora firme, o mercado permanece pouco receptivo a novas altas – reflexo natural da desaceleração do consumo na segunda metade do mês.

Isso, entretanto, não quer dizer que novos ajustes deixem de ocorrer ainda em agosto. É tendência da rede varejista reforçar estoques na passagem de um mês para outro. Assim, como ocorreu nos últimos dias de agosto do ano passado, o frango vivo pode alcançar cotação melhor que a atual.

Mas ainda que isso ocorra, vai encerrar o oitavo mês de 2014 com um preço médio inferior ao registrado em agosto de 2013. Para que isso não se concretizasse precisaria, nos últimos seis dias de negócios do mês, ser comercializado por um valor médio cerca de 7% superior ao ora alcançado – quase 20 centavos acima dos atuais R$2,50/kg. E tal ganho parece difícil de ser alcançado.