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Domingo, 21 de julho de 2024

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Conselho da Petrobras pede ajustes em Plano de Negócios

RIO - Depois de uma longa reunião, de cerca de dez horas, o novo Conselho de Administração da Petrobras solicitou ajustes no Plano de Negócios 2015/2019, apresentado pela diretoria executiva da estatal, de acordo com uma fonte. Com isso, o plano não foi aprovado formalmente. Mas recebeu uma indicação de que, assim que os ajustes forem feitos, deve receber sinal verde. Dessa forma, os técnicos da companhia vão trabalhar durante todo o fim de semana para atender ao pleito dos conselheiros. A tendência é que o plano seja divulgado na próxima segunda-feira, sem a necessidade de uma nova reunião do Conselho de Administração.


Com base nos ajustes a serem feitos, destacou essa fonte, a estimativa é de que os cortes dos investimentos fiquem em torno de 40% em relação ao plano anterior. Assim, os investimentos passarão dos US$ 220,6 bilhões do plano 2014/2018 para US$ 132,36 bilhões entre 2015 e 2019. Ou seja, haverá uma redução de US$ 88,2 bilhões.

Isso significa um forte freio nos projetos da companhia, principalmente na área de Abastecimento, que inclui as refinarias da estatal. A prioridade, destacou outra fonte do setor, continua sendo a área de Exploração & Produção (E&P), com os projetos de retorno financeiro mais rápido, como os campos do pré-sal, cujos poços têm alta produtividade.

Segundo essa fonte, a área de E&P vai concentrar cerca de 80% dos investimentos nos próximos cinco anos, patamar superior aos 70% do plano anterior. A não divulgação do novo Plano de Negócios da Petrobras acabou frustrando todo o mercado, que aguardava com ansiedade a divulgação dos investimentos previstos pela companhia para os próximos cinco anos. Às 20h30m, a estatal informou que a reunião havia sido encerrada, mas que não seria divulgado o resultado. Além do mercado, a postergação na divulgação do novo plano também frustrou diversos fornecedores de materiais, equipamentos e serviços da Petrobras, que já vêm sofrendo com o recuo das atividades da companhia. Atualmente, destacou um desses fornecedores, diversas licitações - para o pré-sal, inclusive- que estavam programadas para este ano estão paralisadas por causa das indefinições em torno do novo Plano de Negócios. Além disso, em consequência das investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, muitas licitações e obras em andamento foram suspensas.

— Há uma série de novas plataformas que precisam ser licitadas, e o mercado está aguardando. Essa demora em divulgar o novo plano só atrapalha toda a cadeia — disse um desses fornecedores.

Segundo uma fonte, o plano de reestruturação da Sete Brasil - que está construindo sondas de exploração do pré-sal para a Petrobras - também aguarda a definição do plano de investimento da estatal. Por isso, a tendência é de que a Sete Brasil também precise de mais tempo para ajustar a redução no número de sondas. Originalmente, a empresa iria fabricar 28 unidades para a Petrobras.

— Vai ser tudo pela metade a partir de agora. Os investimentos da Petrobras por ano vão passar de cerca de US$ 44 bilhões para US$ 26 bilhões — destacou a fonte.

Para este ano, a Petrobras já havia anunciado que iria investir US$ 29 bilhões, com outros US$ 25 bilhões em 2016. Sob a gestão de Aldemir Bendine, o objetivo dos cortes é reduzir o elevado nível de endividamento da empresa, de R$ 332,5 bilhões, ao fim do primeiro trimestre deste ano. Com os cortes nos projetos, especialistas acreditam que a produção de petróleo para os próximos anos deverá ter um crescimento menor que o previsto, não atingindo a meta dos 4,2 milhões de barris por dia.

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