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Vendas no varejo sobem em outubro, após oito meses seguidos de queda

16 Dez 2015 - 10:37

Anay Cury e Cristiane Caoli/Do G1, em São Paulo e no Rio

As vendas do varejo brasileiro subiram, interrompendo oito meses de quedas seguidas. Em outubro a alta foi de 0,6%, na comparação com setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16).


Segundo Isabella Nunes, gerente de Comércio e Serviços no IBGE, o resultado positivo do mês de outubro “não repõe a perda” de oito meses seguidos de queda.

Na comparação com outubro do ano passado, o comércio teve a maior queda da série, que teve início em 2001, para o mês de outubro. De lá até 2015, o setor só havia caído em 2003, quando a baixa foi de 2,9%.

No ano, o setor acumula recuo de 3,6% e, em 12 meses, de 2,7% – a maior retração desde janeiro de 2004.

De setembro para outubro, o que contribuiu foram as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceram 2%.

Também contribuíram os setores de tecidos, vestuário e calçados (1,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,5%).

A justificativa do resultado positivo de super e hipermercado, que impactou o varejo no mês é a "essencialidade".

"No momento em que a renda começou a cair, o mercado foi acompanhando. Começa [em outubro] o final de ano, as encomendas de final de ano. Final de ano é um segmento que tem um movimento. E parece que ele [o setor de alimentos] está se recuperando mais cedo do que outros, o que é natural, porque ele é essencial”, explicou Isabella Nunes.

Segundo a gerente, as pessoas também podem estar migrando seus gastos em outros artigos de uso pessoal e doméstico, que caíram 0,6% – lojas de departamentos, cama, mesa e banho, entre outros – para o consumo no setor de alimentos.

Para a colunista Thais Herédia, a alta no varejo em outubro pode ser explicada por algum ajuste no orçamento das famílias nesse momento de crise.

Já na comparação com outubro do ano passado, o varejo recuou 5,6%, puxado pelas vendas de móveis e eletrodomésticos, que caíram 16,1%, seguidas por combustíveis e lubrificantes (-11,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9%).

"Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito, esses resultados [de móveis e eletrodomésticos] abaixo da média foram influenciados pela elevação da variação da taxa de juros entre outubro de 2015 e outubro de 2014", diz o IBGE, em nota.

Segundo Isabella Nunes, os principais responsáveis pela queda no comércio em outubro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, são as taxas de juros às pessoas físicas que passaram de 28,1% ao ano neste mês, em 2014, para 38,7% em 2015.

Além da redução da massa salarial, que passou de 3,1% no ano passado para redução de 10,5% neste ano, houve queda no número de trabalhadores com carteira assinada. A taxa estava estável em 2014 e caiu 4% em outubro de 2015.

Desempenho das regiões

De setembro para outubro de 2015, as vendas no varejo cresceram em 21 das 27 unidades da Federação. As maiores altas partiram do Ceará (3,5%) e do Rio Grande do Norte (2,1%).

Os estados que tiveram as maiores quedas foram Tocantins e Espírito Santo (ambos com queda de 0,8%).

Na comparação com outubro de 2014, as taxas negativas foram vistas em todos os locais. O comércio do Amapá recuou 20,9% e o da Paraíba, de 17,9%.
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