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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Economia

Com País em crise, aumenta a procura de pessoas que querem dirigir para o Uber

A crise econômica tem impulsionado a procura pelo aplicativo Uber como uma forma de recompor a renda. Profissionais liberais que sentiram os negócios esfriarem e gente que perdeu o emprego nos últimos meses têm buscado o aplicativo. Com isso, a empresa que gerencia o aplicativo espera quintuplicar o número de colaboradores em seis meses, passando dos atuais 10 mil para 50 mil em outubro.


Jeferson André da Silva é um dos novos motoristas, levado ao aplicativo pela crise. Até o ano passado, ele trabalhava como vistoriador da Sabesp.

— Era um trabalho terceirizado. Eu checava, por meio da rede de esgoto, se a água da Sabesp estava sendo usada pelo imóvel. Trabalhei nisso por seis anos. O contrato era sempre renovado, mas no ano passado não houve a renovação e eu fiquei sem emprego.

Ele então começou a trabalhar com venda de acessórios de produtos automotivos.

— Minha família toda trabalha com isso. Então entrei para o ramo.

O negócio, porém, ainda não emplacou. Para complementar a renda, Silva então cadastrou-se no Uber.

— Fiz o curso e comecei a trabalhar na última semana. Trabalho meio período, no resto do dia me dedico à venda dos produtos automotivos.

Ele conta que já tinha um Vectra. É o próprio carro que ele usa para atuar como motorista do Uber X.

— Não posso reclamar. Tem bastante corrida. Moro na zona norte, mas gosto de ligar o aplicativo na região mais central. Barra Funda, Perdizes. É onde tem mais corrida.

Ele, porém, pretende ainda esperar mais algumas semanas para fazer as contas e verificar quanto o novo negócio está rendendo.

— Meu carro é 2.0. Então o gasto com gasolina não é pouco. Mas tenho que rodar algumas semanas para fazer as contas.

Roger Mendes Dias também buscou o Uber para recompor a renda. Ele já trabalhava como motorista particular. Decidiu entrar para o Uber há um mês.

— Fazia transporte de executivos para empresas, mas, com a crise, o trabalho parou de render. As chamadas caíram. Então, resolvi complementar a renda.

Morador de São Bernardo do Campo, na região do ABC, Dias conta que sua maior dificuldade tem sido arrumar clientes em sua região.

— Como trabalho com Uber Black, a maioria dos clientes tem um poder aquisitivo maior. Por isso, a maior concentração de chamadas acontece em bairros como os Jardins.

Em geral, a primeira corrida que Dias pega é ainda em sua cidade, mas já rumo a São Paulo. Após chegar na capital, só volta para o ABC à noite.

— É assim que a gente tem que fazer para tirar algum dinheiro.

Ele conta que, como os carros do Uber Black são mais potentes, costumam consumir mais. O carro de Dias, um Azera, faz 4 quilômetros por litro. Ou seja, para cada R$ 8 que ganha com o Uber, já descontada a taxa que fica no aplicativo, ele gasta R$ 3,50 com gasolina.

— Então o ganho por quilômetro não é grande. E precisa ter experiência para trabalhar com o Uber Black. O cliente é exigente, pois chamou um serviço top.

Ele afirma que ajuda o fato de ter estar no ramo do transporte há anos.

— Como sou motorista, conheço bem a cidade. Mas, se a pessoa, por exemplo, não sabe onde fica uma rua principal ou não sabe mexer no GPS, o cliente pode dar um ponto baixo para ela. E ela acaba cortada do aplicativo.

Gente que está com emprego fixo, mas que pretende complementar a renda, também tem buscado o aplicativo. É o caso do professor de geografia Sidney de Melo Ramos.

Morador do Recife, ele entrou para o Uber há um mês, quando o aplicativo começou a funcionar na cidade.

— Gosto muito de tecnologia e já vinha acompanhando o aplicativo há tempos. Quando comprei meu carro novo, um Fiesta, no começo do ano, até fiquei um pouco triste porque sabia que não poderia colocá-lo no Black. Mas o Uber lançou o X aqui no Recife e eu me cadastrei.

Ramos dá aula em duas escolas particulares, pela manhã e à tarde. E tem trabalhado como motorista no período da noite.

— Eu rodo poucas horas. Mas aqui, a gente liga o aplicativo e não para. É uma chamada atrás da outra.

O professor pretende usar o Uber para, apesar da crise, atingir dois objetivos: comprar um Corolla e publicar um livro de poesia — ele escreve poemas há mais de 30 anos.

— Tenho tentado fazer da crise uma oportunidade. Ainda não sei quando vou conseguir conquistar esses dois objetivos, mas acho que daqui a uns quatro meses, consigo publicar o livro.
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