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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Economia

Preço do frango vivo alcança melhor preço da história para mês de janeiro

No primeiro mês de 2013 os preços de frangos e suínos atingiram níveis recordes para um mês de janeiro. A afirmação se refere aos animais abatidos, mas, no caso do frango, se aplica também à ave viva que – fato aparentemente inédito – encerrou o mês com um preço apenas meio por cento menor que o de dezembro passado, ocasião em que o frango alcançou (pelo menos nominalmente) as melhores cotações de toda sua história moderna.


Diferentemente, porém, do que afirmam os analistas citados no clipping de ontem, não há uma relação direta entre valorização do produto e elevação dos custos, pois, se assim fosse, logo na primeira explosão de preços das matérias-primas (virada do primeiro para o segundo semestre de 2012) os preços do frango teriam sido imediatamente reajustados. No entanto, só a partir de dezembro é que a relação custo/preço passou a ser favorável ao produtor. Por que tanta demora?

Na verdade, não é o custo quem determina o preço, mas a relação oferta/procura. E quando os custos explodiram, o setor ainda convivia com uma oferta elevada – efeito dos 50 milhões de matrizes de corte alojadas em 2011, volume que gerou um potencial de produção não muito distante dos 14 milhões de toneladas. E como quem opera com animais vivos não tem condições de adequar imediatamente oferta e demanda, o setor – que já vinha de um primeiro semestre sem lucros – passou a enfrentar prejuízos ainda maiores.

Ocorreu, então, um efeito muito mais perverso do que a própria elevação dos custos: o fechamento, ao setor, das portas das instituições financeiras. Sem crédito, só restou à atividade liquidar antecipadamente boa parte do potencial instalado e, compulsoriamente, reduzir as atividades ao mínimo possível. Foi quando o pagamento oferecido ao setor se tornou, novamente, remunerador, pois a oferta tornou-se adequada a um novo padrão de consumo (capaz de pagar mais pelo produto).

Naturalmente, o desafio enfrentado afetou também (e sobremaneira) a capacidade de investimento do setor. O que significa dizer que a atividade entra em 2013 com um potencial produtivo visivelmente menor que a do ano passado e, portanto, em condições de operar de forma a obter, até, recuperação de parte do que perdeu em 2012.
Mas isso está atrelado, indissoluvelmente, a uma oferta restrita. Assim, apelar para recursos que tentem contornar a menor capacidade de produção atual é despertar fantasmas que ainda não foram inteiramente exorcizados.

Av
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