O setor de máquinas agrícolas já começa com números positivos no início deste ano, com um total de 5.859 máquinas vendidas no mercado interno brasileiro em janeiro de 2013. O que significa um novo recorde mensal para o setor desde a década de 1970, quando o comércio era fomentado por aquisições governamentais em grandes volumes. De acordo com o diretor da área na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego, janeiro reflete o bom momento do setor iniciado em setembro de 2012 com a política do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e pelo excelente momento do agronegócio brasileiro. Na avaliação do diretor, se for comparado os últimos 12 meses ante os 12 meses anteriores, houve um crescimento entre 7% e 8%.

Além do crédito e dos recursos financeiros, Rego citou os bons preços dos produtos agrícolas, principalmente do milho e da soja, a capitalização dos produtores e o clima favorável à colheita recorde em 2012/2013 como outros fatores para o bom momento do setor no Brasil. Por outro lado, as exportações de máquinas seguem com desempenho ruim, com uma queda de um nível anual de 30 mil unidades anuais, há cinco anos, para 17 mil unidades atualmente.

Conforme Walter Zacarkim, diretor da Vegrande Máquinas Agrícolas, revendedora da New Rolland em Várzea Grande, o setor teve um crescimento significativo em 2012 em Mato Grosso, sendo um dos principais fatores responsáveis o Programa de Sustentação do Investimento do governo federal para aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem que registrou desembolso de R$ 3,5 bilhões de julho a novembro do ano passado, aumento de 36,2% em relação ao mesmo período de 2011. O diretor diz ainda que outro fator que levou o Estado a ter um aumento nas vendas ainda maior que os demais estados com vocação agropecuária é o bom momento, tanto na produção de soja como de milho e na pecuária, que está levando os produtores rurais a investirem na renovação na sua frota de máquinas.

Os dados sobre financiamentos do Plano Agrícola e Pecuário 2012/13 divulgados em dezembro pelo Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura mostraram que os empréstimos para a agricultura empresarial e familiar alcançaram R$ 45 bilhões de julho a outubro daquele ano, alta de 25% sobre o mesmo período do ano anterior. O desembolso representa 33,8% dos R$ 115,2 bilhões disponíveis para o ciclo 2012/13. No mesmo período de 2011, o total emprestado representava 29% do destinado para toda a safra. Já a linha de crédito BB Agroindustrial, do Banco do Brasil, destinada à comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários adquiridos diretamente de produtores rurais somou R$ 3 bilhões em desembolsos de julho a outubro de 2012.