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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Flutuação do mercado interno do frango aponta para reflexo nas exportações

Sempre se supôs que na definição do preço do frango exportado atuem fatores totalmente diferentes daqueles aplicáveis ao frango consumido internamente. Assim, por exemplo, enquanto os preços internos variam não só em função da relação oferta/procura, mas também conforme a concorrência das outras carnes, sazonalidade (safra/entressafra das carnes), condições econômicas do consumidor interno, entre outros fatores, entende-se que os preços externos são definidos pelas condições do mercado internacional – claro, por fatores econômicos também, mas, sobretudo, pelas condições externas de oferta e procura.


Isso quer dizer não só que, em condições normais, um mercado não influencia o outro, mas também que os preços de um e outro mercado podem apresentar comportamentos opostos. E um exemplo disso, mostrado no gráfico abaixo, foi observado no primeiro semestre de 2011. Então, o frango, inicialmente, ganhou preço na exportação e sofreu baixa significativa no mercado interno. Mas antes da virada do semestre a situação sofreu absoluta reversão. E enquanto o produto exportado sofria rápida desvalorização, o disponibilizado internamente experimentava expressiva alta – a ponto de superar o valor obtido na exportação (agosto de 2011, ou seja, quase um ano antes da explosão dos custos de produção).

Porém, antes mesmo do final de 2011 cessa totalmente o “antagonismo” vigente: preços internos e externos passam a apresentar comportamento idêntico, baixando ou subindo quase paralelamente. Estaria o preço interno sendo influenciado pelo preço externo?

Exceto em casos excepcionais (como, por exemplo, na ocorrência da Influenza Aviária em 2006), é pouco provável que o mercado externo influencie com tal ênfase o mercado interno, pois o volume in natura exportado corresponde a menos de 30% da produção total. Assim, a conclusão mais lógica parece ser a de que as condições internas é que influenciam os preços externos. Pelo menos nos momentos de formação de excedentes internos. Inclusive porque muitos dos nossos importadores mantêm escritórios na capital financeira do País, São Paulo.

Só isso explica o fato de, a partir do início de 2012 e por todo o primeiro semestre, o preço internacional do produto recuar a ponto de atingir o menor nível do período analisado: foi nesse mesmo período que o setor conviveu, internamente, com uma alta produção e grandes excedentes. E isso só se reverte quando a produção cai sensivelmente, no segundo semestre. A partir daí, há rápida recuperação de preços e a obtenção, até, de valores recordes. Interna e externamente.

No primeiro trimestre de 2013, os dois preços voltaram a ter comportamentos distintos, como ocorreu há dois anos – o que parece corresponder à lógica. Mas o preço interno permanece em queda, sugerindo desequilíbrio entre oferta e procura. Será que isso vai se refletir no preço do produto exportado? A resposta, só o tempo mostrará. O que resta, agora, é acompanhar a evolução de ambos os mercados.
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